Pela segunda semana seguida o Brasil não terá dados de expectativas do mercado para inflação, juros e crescimento do país. Em razão da greve dos servidores do Banco Central, iniciada no último dia 28, a autoridade monetária não divulgará o boletim Focus, que apresenta os indicadores com base nas previsões de analistas de mercado ouvidos pela instituição.
O boletim ou relatório Focus é um importante instrumento para indicar como as políticas monetárias no país estão impactando os investidores, dando indicativos se o caminho perseguido está na direção correta.
São afetados ainda o monitoramento e a manutenção do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) e da mesa de operações do Departamento de Operações do Mercado Aberto (Demab).
Para destravar a greve dos servidores, que já dura 15 dias, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Netto, vai se reunir nesta segunda-feira com representantes dos grevistas. Eles reclamam que não receberam ainda nenhuma resposta aos pedidos de reajuste feitos há duas semanas.
A categoria reivindica um aumento de 26,3% referente à inflação de 2019 a 2022, além da reestruturação de carreiras, que afirma não ter impacto financeiro. Estimativas do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) dão conta de que 60% dos funcionários do BC aderiram à paralisação.
A cobrança de reajuste teve início depois da disposição do governo federal de usar R$ 1,7 bilhão do Orçamento de 2022 para aumento salarial apenas para categoriais policiais, e não para todo o funcionalismo público.
O Tempo