O reitor e fundador do
Grupo Unis, professor há mais de 30 anos em rede pública e privada e agora
também pré-candidato a Deputado Federal, Stefano Gazzola, concedeu uma
entrevista exclusiva ao Jornal Gazeta. O reitor fala sobre seus projetos e
ponto de vista para a nossa região Sul-Mineira.
Veja a entrevista:
Pergunta 01: Reitor, o senhor tem
vasta experiência no setor educacional, bem como administração na iniciativa
privada, contudo, o senhor não tem experiência política no Legislativo nem
Executivo, isso pode prejudicar um eventual mandato? Qual seu preparo para ser
deputado federal por Varginha?
S: Acredito muito pelo contrário, porque hoje eu tenho essas experiências
aqui, mas também eu já vivi outras experiências, não como legislador, mas
principalmente como pessoa, uma pessoa que teve que conviver muito com
legislativo, por exemplo, quando eu fui chefe de gabinete da Universidade do
Estado de Minas Gerais, esse contato todo com o Legislativo era feito pelo
gabinete da universidade com o Legislativo. Já presidiu uma associação de
fundações do ensino superior do Estado, do qual precisávamos trabalhar muito
também com o Legislativo. Já presidi uma organização internacional de universidade,
no qual tínhamos também que conviver muito com o Legislativo Federal. Então,
embora eu não tenha exercido um mandato parlamentar, a convivência com o
Parlamento eu sempre tive. Eu realmente me sinto preparado, sim, porque a
experiência que se tem, a vivência que se tem, as dores que se tem aqui na
nossa terra, na nossa região, vai ser muito útil para que a gente possa ter um
bom mandato no Legislativo.
Pergunta 02: Reitor, temos pouco mais de 2 meses para as
eleições. Apontam que seu nome não seria conhecido do “povão”, como pretende se
apresentar as classes sociais que não o conhece, bem como, apresentar seu plano
de atuação para conquistar mais de 50 mil votos necessários para a vitória
eleitoral?
S: Para mim, é muito claro que a gente tem que ser muito transparente no
que a gente propõe. A minha grande preocupação como filho dessa terra, e como
principalmente alguém que sempre viveu aqui na nossa região sul mineira. É onde
que a gente quer chegar, quais são as propostas concretas para nossa região,
para nossa gente, o que não precisamos articular, nos fazer conhecer durante
uma campanha eleitoral, é hora de você se fazer conhecer, de você ter
estratégias para que a pessoa conheça, mas conheça de verdade, não é só aquele
conhecimento de uma imagem que você quer passar. Então, acho que a melhor forma
é olhar um pouco a minha história aqui na nossa região, na nossa terra. O que
foi feito por mim, por exemplo, a questão do próprio Unis já é um pouco a
história disso, o que aconteceu com essa organização, inclusive a região.
Então, é mostrar o que nós somos e usar realmente nesse período eleitoral, para
que a gente possa mostrar as propostas de uma forma mais clara e falar quem
somos.
Pergunta 03: Reitor, a política em âmbito federal está
polarizada entre Bolsonaro e Lula, o senhor apoiará um dos dois, qual e porquê?
E como faria se ganhar para deputado federal e o presidente for um adversário?
Poderia integrar a base de apoio de um futuro governo Lula ou Bolsonaro?
S: Para mim é uma questão muito clara, eu sou muito contra a polarização
que está hoje, há uma polarização que você não discute, até propostas, você
fala esse ou é aquele, eu estou me dando o direito de ouvir. Eu vou dar um
exemplo, que há quatro anos atrás eu tive que aprender e aprender de verdade.
Quando Zema veio a Varginha, ele tinha 1% das intenções de voto, e ele veio,
porque todos os candidatos a governador vêm aqui discutir. 1% de votos e hoje
ele é o governador do Estado, mas o Estado parou para ouvir, parou pra ver.
Então nós temos tempo. Não é essa questão sou A, B ou C. Agora, sou
principalmente a questão da representação aqui do nosso Estado em relação a
quem vier a ganhar, que proposta realmente estará sendo apresentada? Então eu
acho que esse é o momento de realmente você estudar muito, ouvir atentamente,
até porque quem pretende representar, como eu pretendo na nossa região, não
pode simplesmente ser apaixonado por alguém, tem que ter aquela criticidade,
ser crítico, concorda com o que você acha certo, e discordar com o que você
acha errado, então é nesse sentido que estou colocando agora.
Pergunta 04: Reitor, o senhor é o responsável pelo crescimento e
sucesso do UNIS, uma importante universidade com milhares de alunos e que
mantém diversos projetos em andamento. Sua saída do UNIS para a vida política é
a prevalência de sua vontade pessoal sobre sua vida profissional e
responsabilidade social? O UNIS pode perder com sua saída, quem o substituirá?
S: Primeiro, eu tenho uma grande, grande alegria de verdade de ter estado à
frente do grupo educacional Unis, de criar o Unis, mas eu não criei o Unis
sozinho, eu tive uma equipe fantástica, que eu aprendi muito com ela. Orgulho
dessa equipe, de ter trabalhado com essa equipe. O tanto que o pessoal diz que
eu vou sair da frente do Unis, na verdade eu já saí, eu já não sou mais o
presidente do grupo, desde de fevereiro, quando eu cheguei, falei assim: nós
vamos sair, vou, estou querendo colocar meu nome à disposição. A primeira coisa
que eu fiz foi renunciar à presidência do Grupo Unis. Então, eu não comando
mais o grupo, estou como reitor, que é um cargo pedagógico. Ele não é um cargo
administrativo, tanto que, hoje o professor Luiz Carlos Vieira Guedes é o
presidente do grupo. O Unis vai perder
com isso? Lógico que não. Unis é um projeto, é um sonho de muita gente do qual
não pode ser personalista. Uma coisa é interessante, quando eu criei o Unis, eu
queria muito que um dia eu fizesse a seguinte pergunta, você já ouviu falar do
Unis? E a pessoa falar sim, já, e vi coisas boas. E quando perguntar, quem é o
comandante do Unis, as pessoas não soubessem responder, porque esse novo
projeto era maior que as pessoas. Então eu fico muito feliz de ter conseguido
isso. Lógico que tem ali a minha forma de estar e de pensar, tem o meu DNA ali,
lógico que tem, mas não é verdade falar aquilo, que eu criei o Unis sozinho, é
uma equipe mesmo, do qual me orgulho muito. E você pode escrever, que mesmo com
a minha saída, o Unis vai crescer, e vai crescer, e vai crescer muito.
Pergunta 05: Reitor, o senhor tem proximidade com o governo
municipal de Vérdi Melo e também com o governo estadual de Romeu Zema. Eles
irão apoiar sua candidatura? E quanto a dobradinhas para estadual em Varginha e
região, quem serão? Como estas parcerias políticas podem garantir votos nestas
eleições?
S: É, temos sim, fico muito honrado de termos o apoio do Vérdi. O prefeito
de Varginha está sendo um prefeito fantástico. É só andarmos em Varginha e ver
a diferença que está a nossa cidade, a nossa cidade antes, que nós tínhamos uma
baixa estima, hoje está começando de novo, é a nossa terra e isso se deve muito
a essa administração vitoriosa. Então eu só posso sentir muito, muito orgulho
de estar sendo apoiado pelo prefeito Vérdi. Em relação ao governador, estamos
juntos, sim. Não concordo com tudo do governo. Como eu disse, eu sou crítico de
algumas coisas, mas eu acredito que a maior parte das vezes o governo tem
acertado. Se fizermos uma comparação com o governo passado e com esse, é
gritante a diferença deste governo. Então, lógico, estaremos juntos. Acredito
que o governador acaba apoiando todos aqueles que o apoiam, ele tem uma
responsabilidade gigante a nível de Estado. Quanto às dobradinhas aqui em
Varginha, nós temos trabalhado muito com o professor Cleiton. Porque o
professor Cleiton? Somos professores. O professor Cleiton já foi meu aluno, o
professor Cleiton tem posições que eu apoio muito, que eu acredito muito, como
ele tem posições que eu não concordo também e vice-versa, mas é uma pessoa que
eu respeito. Os demais candidatos todos, como depende, nós temos aí, o próprio
prefeito apoia a mim e apoia ao Honorinho, meu respeito profundo a esses demais
candidatos, mas neste momento, até para que a gente possa construir aqui em
Varginha, nós estamos marchando mais com o deputado Cleiton. E nas outras
regiões nós temos também outros deputados, mas sempre alinhados no ponto de
vista de como nós entendemos a sociedade aqui, no caso do professor Cleiton, é
muito como entendemos no processo de educação, já que somos educadores.
Pergunta 06: Reitor, Varginha possui grupos políticos fortes
ligados a pelo menos três deputados federais que buscam a reeleição. Além
disso, dezenas de outros deputados federais são votados na cidade. Porque o
eleitor deveria votar no senhor e não nos demais candidatos?
S: Primeiro, quero deixar claro que respeito a todos os deputados aqui
votados, até porque se o nosso povo os elegeu, é porque eles têm o seu valor e
são grupos fortes que são os deputados atuantes. Quando eu coloco o meu nome à
disposição é porque eu tenho um outro olhar sobre a nossa realidade, é de uma
pessoa que vive e mora aqui, trabalha todos os dias aqui, que gera empregos
aqui, sabe o tanto que é difícil pagar os impostos, o quanto que é difícil
fazer a diferença no crescimento. Às vezes eu vejo nessa questão das emendas,
“A fulano mandou uma emenda X pra cá”, que bom, mas vamos lembrar que a emenda
é dinheiro do meu imposto, do seu imposto, do imposto de cada cidadão
Sul-Mineiro, que desde a hora que levanta até a hora que deita, está trabalhando,
inclusive, que pagam seus impostos, então não é favor nenhum, é o dinheiro da
nossa gente voltando para a nossa gente, isso tem que ficar muito claro, não é
o dinheiro do deputado, é o dinheiro do contribuinte que volta para o
contribuinte através de emendas. Agora, por que, então você está se colocando
por isso, até para que a gente possa discutir a região com tudo aquilo que nós
temos de bons. Se eu parar para perguntar assim, qual é o nosso projeto
mineiro, Sul-Mineiro aqui, para o desenvolvimento, um projeto estruturante,
será que nós temos? Muitas vezes a gente não responde. Segundo, se a gente chegar e perguntar para a
nossa gente, de verdade, em quem você votou há quatro anos atrás para deputado
federal? 94% da nossa gente não se lembra, por que não lembra? Porque falta
essa identificação, falta ver, saber quem é o deputado, onde o deputado mora, o
que o deputado propõe, o deputado andando aqui no meio da nossa gente. Falta
isso, né? Então, aqui eu estou me colocando nessa situação, como alguém daqui,
nasci aqui, escolhi viver aqui e pretendo morrer aqui. Então, para mim, esse
lugar tem que ser o melhor lugar do mundo, a nossa região, nossa terra.
Pergunta 07: Reitor, sabemos do foco de seu trabalho em prol da
Educação, contudo, em caso de vitória, quais outras áreas pretende priorizar no
mandato de deputado federal e qual seu projeto para estas áreas?
S: Olha, educação é lógico, é minha alma mater, digamos assim. Eu acredito que a
educação transforma o mundo, mas, ao mesmo tempo, nós temos algumas coisas que
até por pensar na região, nós temos o mestrado em desenvolvimento regional e eu
tenho lido muito sobre essas pesquisas que tem feito para o desenvolvimento
regional. Uma das coisas que nós temos que brigar muito, muito, muito, muito, é
por projetos inovadores, inovação, sabe porque, porque o mercado está mudando.
O que vai acontecer com isso? As profissões vão mudar, a geração de emprego vai
mudar. Então, nós precisamos estar muito atentos a todos os projetos inovadores
e qualificar essa gente para isso. Quando sair de uma questão de turismo, você
vai ver o seguinte: a nossa região Sul-Mineira é uma das melhores regiões do
Brasil com potencial turístico, mas potencial turístico de verdade, que seja um
projeto. Aqui já tem, o circuito das águas na região, a gente turismo
religioso, a gente tem turismo gastronômico, a gente tem turismo tecnológico,
tem turismo de aventura, a gente tem turismo rural, a gente tem tudo. Agora por
que a gente não consegue fazer um projeto de verdade, olhando o turismo
regional como um grande fator de desenvolvimento, a gente precisa aprender a
olhar as cidades como cidades irmãs, não é uma competindo com a outra, é
somando esforços para que todas possam crescer conjuntamente, por que se uma
cidade nossa aqui cresce demais e a outra não, vai gerar problema para essa que
também cresceu, porque vai começar a atrair pessoas, ver questões de empregos,
ver questão de saúde que começa a sentir. Agora se temos projetos de cidades
irmãs, nós vamos desenvolver aqui, mas a outra vai desenvolver também, é
direito dela, a gente tem que olhar as nossas diferenças como potenciais
competitivos para a nossa região. Você já pensou se nós olhássemos o Sul de
Minas como uma grande cidade, se nós tivéssemos a coragem e que nós vamos ter
que assumir a condição Sul-Mineira e olhar como uma grande cidade, olha como é
que seríamos no processo de desenvolvimento. Eu acredito nisso, trabalhar muito
na questão de educação, trabalhar muito conexões que gerem e projetos
estruturantes que gerem empregos, mais empregos conforme está chegando a cada
dia mais, qualificando a nossa gente, e quando eu falo qualificar a nossa
gente, eu não estou falando de as pessoas fazerem simplesmente faculdade, estou
falando de qualificar mesmo diante desse novo mundo que está chegando. Hoje eu
estava olhando, eu sempre estou falando isso, Varginha está na frente, de tanto
eu falar isso, 5G, isso é uma evolução tecnológica que está chegando, Brasília
já instalou, hoje eu estava lendo, Rio, são Paulo, Belo Horizonte vai começar a
instalar agora, nós temos prazo para instalar aqui, nós vamos esperar para
qualificar ou nós vamos antecipar para que quando chegar essa tecnologia nós já
estaremos preparados para ela? Então eu acredito nisso, acredito que o projeto
regional é tudo aquilo que nos faz viver bem aqui, a gente tem que está com uma
clareza muito forte nisso.
Complementação:
S: Nas últimas eleições quase 400 candidatos federais foram votados aqui,
isso mostra uma desconexão muitas vezes, uma falta de referência, então o
grande desafio é, pensarmos no Sul-Mineiros, votarmos nos Sul-Mineiros,
conhecer em quem votamos, conhecer a história de quem votamos para que a gente
possa fazer a diferença. Voto é sagrado, porque a hora que você sai de casa
para votar, o número que você coloca ali não é automático, é porque você
acredita que com aquele seu ato vai mudar e vai melhorar as coisas, e podemos
mudar sim, podemos mudar pelo o nosso voto. Então é muito importante que
tomemos essa consciência que somos Sul-Mineiros.