28,5 milhões dizem viver em área dominada por facções e milícias, diz Datafolha

Ao menos 28,5 milhões de brasileiros convivem com o crime organizado no bairro onde vivem, segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (16). O levantamento foi encomendado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

Os dados revelam que facções criminosas e milícias estão presentes na vizinhança de 19% da população brasileira. A pesquisa ouviu 2.007 pessoas com mais de 16 anos, entre 2 e 6 de junho, em 130 municípios de todas as regiões do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

O estudo analisou a percepção da população sobre temas como crime organizado, roubos, agressões e golpes financeiros digitais.

Crescimento entre 2024 e 2025

Os resultados mostram aumento na presença do crime organizado e de outras formas de violência em comparação ao ano anterior:

• Presença de facções ou milícias no bairro: subiu de 14% (2024) para 19% (2025).

• Áreas usadas como cemitérios clandestinos: cresceram de 8% para 12%.

• Convivência com áreas conhecidas como “cracolândias”: passou de 17% para 19%.

• Serviços de vigilância privada prestados por policiais de folga: aumentaram de 18% para 21%.

Perfil das áreas mais afetadas

De acordo com o Datafolha, a presença de facções criminosas e milícias é mais frequente em cidades com mais de 500 mil habitantes, capitais e na Região Nordeste.

O levantamento também apontou diferenças conforme a renda e a cor da população.Entre aqueles que ganham até dois salários mínimos (R$ 3.036), 19% afirmaram viver em áreas com presença do crime organizado. O índice é semelhante entre quem recebe de cinco a dez salários mínimos (R$ 7.590 a R$ 15.180), com 18%.

A diferença é mais marcante em relação à raça: 23% dos entrevistados que se autodeclaram pretos afirmaram conviver com o crime organizado, contra 13% entre os brancos, segundo dados divulgados pela Folha de S. Paulo.