Ações do Nubank Caem 5,03% em Nova York Após Dados de Crédito do Banco Central
Em um dia de volatilidade nos mercados globais, as ações do Nubank caíram 5,03% na Bolsa de Nova York nesta quinta-feira, 1º de agosto, após a divulgação de dados do Banco Central (BC) sobre a qualidade do crédito. Os números revelaram que a parcela da carteira de crédito do Nubank classificada entre E e H, as de menor qualidade, aumentou 0,5 ponto percentual de abril a maio, atingindo 10,2%. Em contraste, bancos como Itaú Unibanco e Santander Brasil mantiveram estabilidade ou registraram redução no índice.
Essas classificações, reguladas pelo BC, exigem que as instituições financeiras provisionem uma porcentagem do valor dos empréstimos conforme o atraso nos pagamentos. O aumento de notas menores na carteira do Nubank indica a necessidade de maior provisionamento.
Os atrasos na carteira do Nubank eram de 6,3% em março, ante 5,5% do ano anterior. O índice da fintech tende a ser mais alto porque o banco possui uma carteira concentrada em cartões de crédito e empréstimos pessoais, considerados mais arriscados. Em contraste, grandes bancos oferecem linhas como o crédito consignado, em que o Nubank tem menor participação.
Embora dados mensais do BC geralmente não costumem impactar o mercado, no caso do Nubank, os números ganharam relevância devido às altas expectativas do mercado para os resultados do banco e ao nervosismo dos investidores diante de uma possível desaceleração da economia dos Estados Unidos.
Estimativas do Goldman Sachs indicam que as ações da fintech estão sendo negociadas a 28,3 vezes o lucro esperado para este ano, um múltiplo superior ao de outros bancos. Isso faz com que qualquer dado negativo seja visto como um desvio no caminho para avaliações mais altas.
Nubank é o Banco Mais Valioso da América Latina
Com uma valorização de 37% neste ano, o Nubank se destaca como a empresa financeira mais valiosa da América Latina, avaliada em R$ 312,3 bilhões. O Itaú ocupa a segunda posição, com um valor de R$ 303,4 bilhões. Essa valorização é impulsionada por bons resultados no Brasil e expectativas de crescimento no México e na Colômbia.
No primeiro trimestre, o Nubank registrou um lucro líquido de US$ 443 milhões, um aumento de 143% em 12 meses, e uma receita de US$ 2,736 bilhões, crescimento de 64% em um ano. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) foi de 27%, em comparação com 14% no ano anterior.
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