top of page
1e9c13_a8a182fe303c43e98ca5270110ea0ff0_mv2.gif

A defasagem nos preços da gasolina e do diesel pode aumentar o risco de reajustes, afetando a inflação de 2025?

  • gazetadevarginhasi
  • 20 de jan.
  • 3 min de leitura

Reprodução
Reprodução
O recente aumento no preço do petróleo no mercado internacional, impulsionado por novas sanções ao setor energético da Rússia, chega ao Brasil em um momento em que a Petrobras enfrenta uma significativa defasagem nos preços dos combustíveis.

Em agosto de 2023, a empresa precisou reajustar o diesel em 25% e a gasolina em 16% devido à defasagem acumulada. Caso a Petrobras decida ajustar os preços novamente para corrigir essa diferença, o impacto seria sentido na inflação de 2025, especialmente em fevereiro, mas poderia trazer alívio para importadores e produtores de etanol, que têm enfrentado dificuldades com os preços estagnados dos combustíveis.

De acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a defasagem média do diesel nas refinarias da Petrobras em relação ao preço internacional chegou a 22% na última sexta-feira, enquanto a gasolina estava defasada em 13%. Mesmo na Refinaria de Mataripe, que ajusta seus preços semanalmente, o diesel está sendo vendido com um desconto de 11% e a gasolina a 7% abaixo do valor de mercado internacional.

O diesel não sofre reajuste há 383 dias nas refinarias da estatal, e a gasolina permanece sem alteração há 188 dias. No início de janeiro, a Petrobras aumentou o preço do querosene de aviação (QAV) em 7%, mas os combustíveis seguem com os preços congelados.

Sérgio Rodrigues, presidente da Abicom, destaca que a Petrobras não precisa manter uma defasagem tão alta, pois isso prejudica não apenas os importadores, mas também os produtores de etanol. Ele alerta que a ausência de ajustes acaba afetando negativamente o mercado, uma vez que o petróleo tende a continuar em alta e o câmbio não deve apresentar grandes quedas enquanto não houver equilíbrio fiscal no Brasil.

Inflação e Expectativas O economista André Braz, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) da Fundação Getulio Vargas (FGV), aponta que é difícil a Petrobras evitar um reajuste por muito tempo, dada a defasagem atual. Ele prevê que os combustíveis sejam reajustados em breve, o que impactará a inflação de janeiro e, especialmente, a de fevereiro. No caso do IPCA, a maior preocupação está na gasolina, que representa cerca de 5% do orçamento familiar no Brasil.

Braz acrescenta que a inflação de janeiro poderá ser amenizada pelo bônus da Usina Hidrelétrica de Itaipu, que fará a conta de energia cair em torno de 13%, mas o impacto será mais forte em fevereiro, quando as mensalidades escolares subirão e a conta de luz voltará ao normal. Ele estima que o IPCA de janeiro ficará em torno de 0,2%, enquanto em fevereiro poderá superar 1%.

O economista também observa que o comportamento do câmbio afetará a inflação. A valorização do dólar pode beneficiar as exportações, mas também pressiona os preços internos, tornando mais caros produtos importados, como gasolina e trigo.

Mercado de Petróleo O preço do petróleo Brent atingiu seu maior valor desde outubro de 2023, impulsionado pelas novas sanções contra a Rússia. As sanções visam restringir as exportações de petróleo, gás natural e derivados da Rússia, afetando também importantes produtores e traders envolvidos na movimentação desses produtos. A analista Isabela Garcia, da StoneX, explica que o impacto das sanções aumenta as dificuldades de negociação e comércio do petróleo russo no mercado internacional, o que pode afetar a disponibilidade global da commodity.

Além disso, a oferta de petróleo já está apertada, com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) fazendo restrições sobre sua produção neste início de ano. Garcia alerta para as possíveis consequências caso países que dependem do petróleo russo, como Índia e China, busquem outros fornecedores para suprir suas necessidades no curto prazo.

Petrobras e Possíveis Reajustes No final do ano passado, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que a empresa não planejava mexer nos preços, alegando que a estatal estava lucrando mesmo com os preços ajustados para a realidade brasileira. O diretor financeiro da Petrobras, Fernando Melgarejo, também indicou que não havia pressa para reajustar os combustíveis.

Até o fechamento desta matéria, a Petrobras ainda não havia se pronunciado oficialmente sobre a possibilidade de novos reajustes.

Fonte:O tempo

Comments


Gazeta de Varginha

bottom of page