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A maioria dos habitantes de Minas Gerais rejeita a federalização da Cemig, de acordo com pesquisa divulgada hoje (16/04).

Foto: Divulgação
A maioria dos habitantes de Minas Gerais rejeita a federalização da Cemig, de acordo com uma pesquisa realizada pelo instituto Quaest e divulgada nesta terça-feira (16/4). Os resultados indicam que 49% da população do estado não concorda com a transferência do controle acionário da empresa para o Governo Federal.

Com um valor de mercado estimado em R$ 30 bilhões, conforme dados do Google Finance, a possibilidade de tornar a estatal federal é uma das opções consideradas para lidar com a dívida de Minas com a União, que chega a quase R$ 162 bilhões.

Entretanto, a avaliação do valor da empresa não é unânime. O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro), por exemplo, estima que a Cemig valha cerca de R$ 15 bilhões. Atualmente, o Governo Estadual detém aproximadamente 50,97% das ações ordinárias da companhia.

A pesquisa da Quaest também revela que 37% dos mineiros apoiam a federalização da estatal, enquanto outros 14% não têm uma opinião formada ou optaram por não responder. O levantamento foi realizado com 1.506 residentes de Minas Gerais com idade igual ou superior a 16 anos, com uma margem de erro estimada em 2,5 pontos percentuais e um nível de confiança dos dados de 95%.

Os políticos envolvidos nas negociações com o governo federal defendem o modelo de concessão da empresa. A possibilidade foi inicialmente levantada pelos deputados que se opõem ao governador Romeu Zema (Novo) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), os quais rejeitaram a proposta original do Regime de Recuperação Fiscal (RRF), argumentando prejuízos para o funcionalismo público.

A proposta de federalização foi apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao ministro da Fazenda, Fernando Hadad (PT), pelo presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A transferência de ativos dos estados é uma das medidas que deve ser incluída no Projeto de Lei que modificará o modelo de repactuação das dívidas públicas.

Outros modelos de concessão também foram considerados pelo Palácio Tiradentes, que desde o início da gestão Zema tem sido favorável à privatização da empresa. No entanto, a venda dos ativos mineiros para o setor privado atualmente requer um referendo e a aprovação da maioria absoluta dos 77 deputados da ALMG.

O governo havia proposto uma Emenda Constitucional para abolir o mecanismo criado pelo ex-governador Itamar Franco em 2001. Contudo, a tramitação da proposta está suspensa enquanto as negociações prosseguem em Brasília.

Em outubro do ano passado, o governo também sugeriu adotar o modelo de "corporação", no qual o estado continuaria como "acionista-referência" e teria poder de veto sobre as decisões da administração. No entanto, os serviços prestados seriam de responsabilidade de outros acionistas.
Fonte: Estado de Minas

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