Abril Indígena: MPF reforça papel dos povos originários na preservação ambiental
gazetadevarginhasi
2 de abr.
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Reprodução
A relação ancestral dos povos indígenas com a terra é tema da nova campanha do Ministério Público Federal (MPF), intitulada "Povos que escutam a terra. MPF: protetor dos direitos indígenas". O lançamento ocorre nesta terça-feira, 1º de abril, marcando o início das atividades do Abril Indígena, iniciativa anual que busca dar visibilidade aos direitos dos povos originários e fortalecer ações de proteção às suas garantias.
A campanha evidencia a importância dos povos indígenas na preservação ambiental e no combate às mudanças climáticas. Esses grupos enfrentam efeitos diretos da crise climática, como secas, queimadas, disseminação de doenças e insegurança alimentar, sendo essenciais na proteção da biodiversidade e dos ecossistemas brasileiros.
Abril Indígena e a defesa dos povos originários
Durante o mês de abril, o MPF promoverá ações de comunicação, eventos, reuniões e encontros com lideranças indígenas, reforçando seu compromisso com a defesa dos direitos dos povos tradicionais e a proteção de seus territórios.
“A Constituição determina que o MPF atue na defesa dos povos indígenas, garantindo que suas vozes sejam ouvidas e suas práticas sejam valorizadas nas estratégias de enfrentamento da crise climática”, destaca Eliana Torelly, coordenadora da Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais do MPF (6CCR).
A terra como um ser vivo
Os territórios indígenas representam 13% do território nacional e são essenciais para a conservação da biodiversidade. Na Amazônia, essas áreas atuam como barreiras contra o desmatamento, ajudando a reduzir a emissão de gases do efeito estufa. Sozinhas, preservam o equivalente a 137,2 milhões de campos de futebol de floresta nativa.
Um estudo publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) confirma que as terras indígenas são fundamentais para a regeneração da Mata Atlântica. A pesquisa analisou 129 territórios entre 1985 e 2019 e constatou um aumento médio de 0,77% ao ano na cobertura florestal dentro dessas áreas protegidas.
Apesar dessa relevância, os povos indígenas continuam enfrentando ameaças constantes, como garimpo ilegal, grilagem e mudanças na legislação ambiental, que colocam em risco suas comunidades e a biodiversidade nacional.
“Os povos indígenas têm uma relação de respeito, equilíbrio e sustentabilidade com a terra. São os verdadeiros guardiões da biodiversidade, e reconhecer essa conexão não é apenas uma questão de justiça histórica, mas uma necessidade urgente para enfrentar as mudanças climáticas”, finaliza Eliana Torelly.
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