Advogado nega delação e ligação de plano de golpe a Bolsonaro
5 de dez. de 2024
Reprodução
A nova defesa do general Mario Fernandes negou que o militar, indiciado por suposta participação em um plano golpista, esteja avaliando fazer uma delação premiada.
Em conversa com a CNN na quarta-feira (4), o advogado Marcus Vinícius Figueiredo, que assumiu a defesa do general na semana passada, afirmou que ainda estuda os detalhes do processo. Porém, ele adiantou que o documento apontado pela investigação como um plano golpista jamais foi entregue a ninguém.
“Esse documento foi encontrado pela PF no HD do computador do general Mario Fernandes e não foi entregue a ninguém. Não há uma minuta física”, disse à CNN. Questionado se o general, preso desde o dia 19, avaliava fechar um acordo de colaboração premiada, o criminalista negou.
“Meu cliente não está fazendo delação”, afirmou Figueiredo, que substituiu o advogado Raul Livino na defesa do general. De acordo com a Polícia Federal, o general Mario Fernandes, então número 2 da Secretaria-Geral da Presidência no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi o responsável pela elaboração do chamado plano “Punhal Verde e Amarelo”. O relatório final da PF aponta que documento com o “planejamento operacional” para realizar o assassinato foi impresso pelo general da reserva no Palácio do Planalto e levado ao Palácio da Alvorada A data da impressão do documento foi 9 de novembro de 2022, quando Bolsonaro ainda residia no local. Dias antes, o então presidente havia sido derrotado por Lula no segundo turno da eleição De acordo com o documento, uma segunda impressão do plano foi feita no Planalto em 6 de dezembro de 2022. Novamente, o general da reserva foi responsável. Na ocasião, Bolsonaro também se encontrava no Palácio do Planalto.
“Conforme exposto, fica evidenciado que, no dia 06/12/2022, no horário em que o secretário-executivo da Secretaria Geral da Presidência, general Mario Fernandes, imprimiu o documento “Plj.docx” (18h09min), possivelmente relacionado ao planejamento operacional da ação clandestina para prender/executar o ministro Alexandre de Moraes e assassinar o presidente e vice-presidente eleitos Lula e Geraldo Alckmin. O então presidente da República, Jair Bolsonaro, também estava no Palácio do Planalto”, diz o documento. Mario Ferandes está preso desde o dia 19 de novembro no Rio de Janeiro. Ele foi alvo da Operação Contragolpe da PF, que mirou outros três militares e um policial federal. Preso no Comando da Primeira Divisão do Exército na capital fluminense, o general aguarda a transferência para Brasília.
Na segunda-feira (2), o ministro Alexandre de Moraes autorizou a transferência de Mario Fernandes e do tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo para Brasília. Os dois deverão ficar presos em unidades dentro do Comandante Militar do Planalto (CMP).
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