Agro ultrapassa mineração e se torna líder nas exportações do estado
gazetadevarginhasi
25 de fev.
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Neste 25 de fevereiro, Dia do Agronegócio, Minas Gerais tem um motivo especial para comemorar: pela primeira vez, o setor agropecuário ultrapassou a mineração e assumiu a liderança nas exportações do estado. Tradicional pilar da economia mineira, a mineração foi superada pelo campo, que se consolidou como a principal força do comércio exterior estadual.
Dados da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento revelam que, entre janeiro e novembro de 2024, as exportações do agronegócio mineiro atingiram US$ 15,7 bilhões, superando em 3% os embarques da mineração, que somaram US$ 14,5 bilhões. O desempenho reflete a resiliência e o crescimento do setor, impulsionado por investimentos em inovação, produção sustentável e capacitação.
O presidente do Sistema Faemg Senar, Antônio de Salvo, destacou a importância do marco para o estado. “Poucas vezes na história de Minas Gerais a agricultura e a pecuária foram tão reconhecidas. Estamos fazendo a nossa parte, desenvolvendo o campo de forma sustentável e gerando riqueza para os municípios e para os centros urbanos”, afirmou.
Atualmente, o agro representa 40,7% do total das exportações mineiras, com crescimento de 19% na receita e 9% no volume embarcado, totalizando 16 milhões de toneladas. Já a mineração responde por 37,7% das vendas externas, com 14,5 milhões de toneladas exportadas.
Recorde histórico e diversificação impulsionam o setor
Os números superam o recorde anual anterior, registrado em 2022, de US$ 15,3 bilhões. Mesmo sem os dados de dezembro, o setor já ultrapassou essa marca, com média mensal superior a US$ 1,4 bilhão. A taxa de câmbio nominal mais alta também contribuiu para o desempenho positivo.
Embora o café, o complexo sucroalcooleiro e a carne bovina continuem como os principais produtos exportados, a diversificação da produção tem sido um diferencial. Sementes, sêmen bovino, queijos, iogurte, leite condensado, batatas preparadas, água de coco, tapioca, cogumelos, inhame, azeitonas e grão-de-bico estão conquistando cada vez mais espaço no mercado internacional.
A China lidera as importações, com US$ 3,9 bilhões, seguida pelos Estados Unidos (US$ 1,7 bilhão), Alemanha (US$ 1,3 bilhão), Bélgica (US$ 727 milhões) e Itália (US$ 669 milhões). No total, 169 países importam produtos agropecuários mineiros.
Café em alta e carnes fortalecidas
O café, carro-chefe do agro mineiro, registrou um crescimento expressivo: a valorização de 15% na saca impulsionou as vendas, que somaram US$ 7,1 bilhões – um aumento de 44,6% na receita e de 25% no volume, totalizando 28,4 milhões de sacas exportadas.
As carnes também tiveram desempenho positivo, com vendas totais de US$ 1,4 bilhão e 414 mil toneladas embarcadas. A carne bovina liderou o segmento, com US$ 1 bilhão em exportações e 240 mil toneladas enviadas ao exterior – crescimento de 20,4% no valor e 26,5% no volume. A carne suína teve o melhor resultado dos últimos oito anos, alcançando US$ 52,5 milhões e 26,5 mil toneladas exportadas. Já a carne de frango apresentou queda de 20% na receita e 18% no volume.
Soja e açúcar impulsionam resultados
Apesar da redução nas importações de soja por China e Tailândia, o complexo soja registrou crescimento de 9,5% nos embarques, impulsionado pelo farelo de soja, que teve acréscimo de 9% na receita, totalizando US$ 230 milhões.
O complexo sucroalcooleiro também apresentou desempenho notável, com o açúcar atingindo seu melhor resultado histórico, somando US$ 2,2 bilhões em exportações.
Com o setor agropecuário consolidado como o principal motor econômico de Minas Gerais, as perspectivas para os próximos anos seguem otimistas, reforçando a força e a competitividade do estado no mercado global.
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