Alckmin aposta em negociação com EUA e diálogo com big techs para reduzir impacto do tarifaço

O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou nesta quinta-feira (7) que o Brasil está aberto a negociar com os Estados Unidos sobre temas estratégicos, como a atuação de big techs no país e a exploração de minerais críticos, como forma de reduzir os efeitos do tarifaço de 50% imposto por Washington.

A declaração foi feita após uma reunião com o encarregado de negócios dos EUA no Brasil, Gabriel Escobar. Alckmin revelou ainda que um plano emergencial já foi entregue ao presidente Lula, elaborado pelos ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento, com medidas para mitigar os impactos das tarifas norte-americanas.

O pacote, que deve ser anunciado em breve, inclui linhas de crédito com condições facilitadas para produtores rurais e agroindústrias, setores duramente atingidos. Estima-se que as tarifas afetam cerca de 36% das exportações brasileiras, incluindo carne, café e frutas.

Durante o encontro, Alckmin defendeu maior equilíbrio nas trocas comerciais e lembrou que o Brasil mantém alíquotas relativamente baixas sobre importações. Ele também propôs discutir regulação de datacenters e o funcionamento das plataformas digitais no Brasil — pontos considerados sensíveis para os americanos.

Em outra frente diplomática, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, para discutir uma resposta coordenada ao protecionismo dos EUA. Lula também afirmou nas redes sociais que o Brasil poderá acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as tarifas impostas.