Alckmin se pronuncia sobre memorando de Trump: "Brasil não é um problema comercial para os EUA"
14 de fev.
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O vice-presidente da República e ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, afirmou nesta quinta-feira (13) que o Brasil não representa um problema comercial para os Estados Unidos, destacando que a balança comercial entre os dois países é equilibrada.
A declaração de Alckmin veio após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinar um memorando que prevê a cobrança de tarifas recíprocas para países que impõem taxas à indústria norte-americana.
"O memorando não é direcionado especificamente ao Brasil, é uma medida mais geral. E é natural que o governo dos Estados Unidos queira avaliar o seu comércio exterior. O Brasil não é um problema comercial para os Estados Unidos. A nossa balança comercial é equilibrada", disse Alckmin.
Ele também ressaltou que o comércio exterior deve seguir o princípio do "ganha-ganha".
"Reciprocidade não significa tarifas iguais, mas sim um entendimento de que, onde você é mais competitivo, você vende mais, e onde você é menos competitivo, você compra produtos que não possui. Essa é a regra e é com esse princípio que vamos trabalhar", completou o ministro. Alckmin reiterou a intenção do governo brasileiro de manter o diálogo com as autoridades americanas, ouvindo também a iniciativa privada.
Em relação ao etanol, Trump mencionou as tarifas, mas Alckmin esclareceu que "o etanol no Brasil é de cana-de-açúcar, que tem uma pegada de carbono bem menor, um terço a menos". O ministro também destacou que o Brasil cobra uma tarifa de 18% sobre as exportações de etanol dos EUA, enquanto os Estados Unidos impõem uma tarifa de apenas 2,5% sobre o etanol brasileiro. Em 2024, os EUA importaram mais de US$ 200 milhões em etanol do Brasil, enquanto exportaram apenas US$ 52 milhões em etanol para o Brasil. "No caso do açúcar, ele tem uma cota, e quando ultrapassa essa cota, o imposto de importação nos EUA é de 90%, não de 18%", acrescentou.
"Mas o caminho é o entendimento e o diálogo. É positivo que os países façam estudos e analisem o comércio exterior, isso é parte de uma tarefa cotidiana", finalizou Alckmin.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também se pronunciou na terça-feira (11), afirmando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reunirá com os ministros nos próximos dias para discutir as medidas adotadas pelo governo dos Estados Unidos.
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