Alta mortalidade: 4 em cada 10 acidentes de moto no Brasil têm vítimas fatais
gazetadevarginhasi
24 de out.
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fonte: itatiaia
Um levantamento do Ministério da Saúde revela um dado alarmante: cerca de 40% dos acidentes de moto no Brasil são fatais. O número de motociclistas nas ruas cresce em ritmo acelerado, e com ele, o índice de ocorrências graves no trânsito. Segundo o Ministério dos Transportes, até agosto de 2025 o país registrava 29,2 milhões de motos em circulação, o equivalente a 23% da frota nacional de veículos.
Os dados do Atlas da Violência 2025 reforçam a preocupação: os motociclistas já representam a maior parcela das vítimas de acidentes de trânsito. Em Minas Gerais, o Observatório de Segurança Pública contabilizou 43.878 ocorrências envolvendo motos entre janeiro e setembro deste ano.
No Hospital João XXIII, em Belo Horizonte — o maior pronto-socorro de traumas de Minas e um dos maiores da América Latina —, a realidade é clara. “A imensa maioria dos acidentes automobilísticos que a gente atende é de moto. O acidente com carro nem está entre os principais”, afirmou Rodrigo Muzi, gerente médico da unidade.
O coordenador de ortopedia do Hospital da Baleia, Wagner Nogueira da Silva, alerta que o crescimento dos acidentes é desproporcional ao aumento da frota. “O número de motociclistas aumentou, mas o de acidentes cresceu muito mais — cerca de 30% ao ano. As consequências não são só para o acidentado, mas para a sociedade, com custos altos de tratamento, afastamento do trabalho e impacto emocional nas famílias”, explicou.
O Ministério da Saúde também aponta que o maior prejuízo dos acidentes não está nas internações, mas na perda de produtividade, que já supera 40%. O guarda patrimonial Ciano da Cruz, de 31 anos, é um exemplo: ele sofreu um acidente em junho e ficou com uma fratura exposta grave. “Achei que ia perder a perna. Vou precisar fazer alongamento ósseo e ficar mais de um ano sem trabalhar. Estou lutando pra salvar a perna”, contou.
Para Alison Coimbra, diretor de qualidade profissional da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), a redução das ocorrências depende de políticas de prevenção. “O controle rigoroso da velocidade é o principal mecanismo de prevenção. O uso correto do capacete, luvas, calçados fechados e antenas corta-fio também é essencial. Além disso, precisamos investir em faixas exclusivas, sinalização e campanhas educativas”, concluiu.
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