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Animaparque: Cataguases inaugura polo de animação




A histórica ligação de Cataguases, na Zona da Mata, com o cinema nacional ganha mais um capítulo com a inauguração do polo de animação Animaparque no dia 30 de novembro. O empreendimento, que consumiu investimentos de R$ 2,5 milhões, provenientes da Energisa, via Lei de Incentivo à Cultura, dá origem a um centro de excelência em criação, formação e produção em animação.

A expectativa, segundo o presidente da Agência de Desenvolvimento do Polo Audiovisual da Zona da Mata de Minas Gerais (Apolo), César Piva, é que quando estiver totalmente ocupado, o polo gere cerca de 500 empregos diretos.

“Foram cinco anos, com pandemia no meio, de muito trabalho. Agora vivemos uma virada de ciclo. De 2010 para cá o polo se firmou como um APL (arranjo produtivo local) reconhecido pelo Estado e pelo mercado. Devemos aqui defender as políticas públicas como fundamentais para que tudo isso aconteça.

As políticas de incentivo são e continuarão sendo peça fundamental para alavancar a produção audiovisual brasileira. O Brasil vive uma retomada de políticas públicas. Só a Lei Paulo Gustavo, por exemplo, vai injetar R$ 5 bilhões no mercado audiovisual brasileiro. Isso sem falar da Lei Aldir Blanc 2 e dos investimentos diretos do próprio mercado. No próximo ano, teremos um mercado extremamente aquecido e estaremos com o polo aberto para receber as produções e seus profissionais”, explica Piva.

O Animaparque adota um modelo único na América Latina, que soma aos estúdios e estrutura tecnológica, espaço especialmente dedicado à formação de profissionais do audiovisual, em uma área de dez mil metros quadrados. Abriga estúdios, ambientes para produção audiovisual de cinema e animação, de sons e trilhas sonoras, ateliês técnicos de cenotécnica, arte e figurino, camarins e base de produção. No setor educativo, conta com três salas de aulas, laboratório, biblioteca-midiateca e um auditório multiuso. Também oferece espaços abertos para exibição de filmes, espetáculos e eventos culturais.

A formação de profissionais é uma das tarefas mais importantes do APL. Em setembro de 2022, Cataguases comemorou a abertura do Curso de Graduação em Tecnologia de Cinema e Animação, resultado de uma parceria estratégica entre a Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg), o Instituto Fábrica do Futuro e a Agência de Desenvolvimento do Polo Audiovisual da Zona da Mata. E, em maio de 2023, foi a chegada da Escola Senai de Audiovisual.

“Com uma leitura de cenário e planejamento, nos preparamos para atender essa demanda crescente do audiovisual nacional. Vamos ter um equipamento de produção qualificado, com estúdios, ateliês, salas de formação profissional. Temos um modelo de estúdio-escola inédito na América Latina, com foco estratégico no setor de animação. Queremos atrair esse mercado que se expande e em que o Brasil é uma referência mundial. Minas tem feito grandes produções, ganhado repercussão entre o público e a crítica. Temos uma rede educativa atuando, produtoras e realizadores trabalhando. Além disso, temos uma geografia e logística privilegiadas. Fica mais em conta produzir em Cataguases pela facilidade de encontrar profissionais e fornecedores qualificados do que nas capitais próximas como Rio e São Paulo. Outro grande atrativo é a hospitalidade e segurança da região. A população está acostumada a receber artistas e técnicos”, pontua.

Documentários e animações agitam economia de Cataguases
Desde 2010, marcado pela pandemia e por trocas de governos que alteraram substancialmente as políticas públicas de incentivo à cultura, o polo conseguiu produzir 28 longas e duas séries de TV, entre mais de 60 produções que levaram à cidade equipes técnicas e artistas que ocuparam a rede hoteleira, espaços de alimentação e conheceram os atrativos naturais e históricos da região.

Atualmente, cinco produções estão sendo realizadas na cidade, sendo dois longas documentais, Maria Alcina, Alegria do Brasil, de Bete Martins (MG) e Ari (sobre Ari Barroso), de André Weller (RJ); um longa de animação, Ana an passant , de Fernanda Salgado (MG); e uma série de animação para TV, Cosmo, o Cosmonauta, de Guilherme Fiúza (MG).

Parte da cadeia produtiva da economia criativa, o audiovisual é um setor com grande impacto socioeconômico e potencial de retorno aos cofres públicos. Segundo o estudo “Impacto socioeconômico no setor audiovisual de 2015 a 2021”, realizado pela SPcine – empresa de cinema e audiovisual da Prefeitura de São Paulo -, divulgado no ano passado, para cada R$ 1 investido na produção de um filme ou série na cidade, o retorno médio é superior a R$ 20.
E, segundo a Agência Nacional de Cinema (Ancine), o Valor Adicionado do audiovisual à economia brasileira supera o das indústrias farmacêutica, têxtil e de equipamentos eletrônicos. São cerca de 13 mil empresas, 300 mil empregos gerados e R$ 25 bilhões por ano.

“Escolhemos a animação porque além do diálogo íntimo com as novas tecnologias e plataformas de exibição, as produções do gênero são mais demoradas e isso pereniza a ocupação do polo gerando empregos mais qualificados e uma remuneração maior que a média da região”, completa o presidente da Apolo.
Fonte: Diário do Comércio

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Gazeta de Varginha

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