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Aumento de tarifas nos EUA pode abrir espaço para café brasileiro, mas inflação gera alerta

  • gazetadevarginhasi
  • 4 de abr.
  • 2 min de leitura
Reprodução
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As novas tarifas impostas por Donald Trump podem trazer efeitos mistos ao mercado de café brasileiro. Especialistas apontam que, embora a medida abra espaço para o Brasil ampliar sua participação no mercado norte-americano, o encarecimento do produto pode reduzir o consumo no país.

A partir deste sábado (5), todos os produtos importados do Brasil pelos Estados Unidos passarão a ser taxados em 10%, conforme determinação do ex-presidente, que tenta retornar à Casa Branca. O café, principal item do agronegócio brasileiro exportado aos EUA, será diretamente impactado.

Atualmente, os Estados Unidos não cobram tarifas sobre o café verde brasileiro – produto que domina as exportações do setor, segundo o Ministério da Agricultura. Para Fernando Maximiliano, analista da consultoria StoneX Brasil, embora nenhuma taxação seja positiva, o Brasil sai em vantagem frente a concorrentes asiáticos, que sofrerão tarifas bem mais altas: 46% para o Vietnã e 32% para a Indonésia.
A Colômbia, outro importante fornecedor, também foi incluída na alíquota de 10%. “Essa diferença de tarifas favorece o Brasil, que pode conquistar espaço dos concorrentes asiáticos no mercado norte-americano”, afirma Maximiliano.

EUA dependem do café importado
Como os Estados Unidos têm produção praticamente inexistente de café, a importação é essencial para abastecer o mercado. “Eles industrializam, mas não produzem. Só têm algumas poucas fazendas”, explica Marcos Matos, diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

O Brasil lidera o fornecimento de café para os EUA, com 32% de participação, seguido por Colômbia (20%), Vietnã (8%) e Honduras (7%), de acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). O tipo arábica domina as exportações brasileiras para os americanos, mas o robusta também é relevante: em 2024, foram 690 mil sacas de robusta entre os 7,3 milhões de sacas totais exportadas, segundo a StoneX.

É exatamente no robusta que especialistas veem a maior oportunidade para o Brasil. O Vietnã e a Indonésia, grandes fornecedores dessa variedade, venderam aos EUA 1,5 milhão e 640 mil sacas, respectivamente, em 2024. Com as tarifas elevadas, o café asiático tende a perder competitividade, o que pode abrir espaço para o grão brasileiro.

Já no mercado de arábica, o impacto deve ser menor, pois os principais concorrentes também sofrerão a mesma tarifa de 10%.
Inflação pode pesar no consumo
Apesar da vantagem competitiva sobre os asiáticos, o Brasil também pode sentir os efeitos colaterais da medida. Com o aumento dos custos para a indústria dos Estados Unidos, os preços ao consumidor tendem a subir, o que pode reduzir a demanda.

“O custo vai aumentar para a indústria e, por consequência, para os consumidores”, afirma Marcos Matos. Atualmente, cerca de 76% dos americanos consomem café.

O professor do Insper Marcos Jank compartilha da mesma preocupação e alerta que o impacto das tarifas não será exclusivo do café. “Essas tarifas de 10% a mais, e até superiores em alguns casos, causam desarranjos nas cadeias produtivas, aumentam os custos e, possivelmente, os preços. Isso pode gerar inflação e queda no consumo”, diz.

Fonte:G1

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Gazeta de Varginha

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