Banco Central prevê meses desafiadores para inflação antes de melhora
gazetadevarginhasi
22 de fev.
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O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Nilton David, afirmou na sexta-feira (21) que os próximos meses serão desafiadores para a inflação, com tendência de piora antes da melhora. Durante participação em uma live organizada pelo Bradesco BBI, ele destacou que há uma defasagem nos efeitos da política monetária, mas reforçou a confiança de que o índice inflacionário convergirá para a meta dentro do horizonte relevante, previsto para o terceiro trimestre de 2026.
Ajustes na Selic
O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic em dezembro, de 11,25% para 12,25%, e indicou mais dois aumentos da mesma magnitude. Em janeiro deste ano, a taxa subiu para 13,25%, com previsão de mais um reajuste em março. Nilton David ressaltou, porém, que não há sinalização para maio. "A reunião de maio é a reunião de maio. Não tem nada decidido ainda", declarou.
Atividade econômica e metas do BC
O diretor reiterou que o Banco Central prevê um arrefecimento da atividade econômica, mas garantiu que a decisão sobre os juros será tomada com base no comportamento da inflação, e não apenas no desaquecimento econômico. "O esperado é que a atividade arrefeça, mas não é isso que levará à interrupção do ciclo de alta dos juros", afirmou.
Nilton também destacou que a meta inflacionária do BC é de 3% ao ano, com intervalo de tolerância entre 1,5% e 4,5%. Ele reconheceu que, mesmo dentro desse limite, a inflação pode permanecer acima do centro da meta, girando em torno de 4%. "O grande desafio será observar a inflexão da inflação, algo que não deve ocorrer nos próximos meses", alertou.
Postura cautelosa
Sobre a possibilidade de um aumento preventivo da Selic diante de riscos inflacionários, Nilton avaliou que essa estratégia não seria adequada no momento. "Subir os juros preemptivamente por algo que talvez aconteça não parece a política mais adequada quando já se está com juros restritivos", argumentou.
Apesar disso, o diretor enfatizou que o Banco Central segue monitorando o cenário econômico e não hesitará em realizar novos ajustes na taxa básica caso seja necessário. "Se for preciso, o BC ajustará os juros", garantiu.
Ele reforçou ainda a confiança na política monetária como ferramenta de controle inflacionário. "A política monetária funciona. Se haverá fatores que impulsionem o crescimento nesse período, é uma outra discussão. Trabalhamos com os dados disponíveis e tomamos decisões baseadas neles", concluiu.
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