Bolsa Família cresceu 5x em 15 anos e pode ameaçar contas públicas, dizem economistas
12 de fev.
O Bolsa Família, principal programa de transferência de renda do Brasil, completa 22 anos em 2025, atingindo recordes de beneficiados e de gastos públicos. Criado para reduzir a pobreza e promover mobilidade social, o programa ainda enfrenta desafios para interromper a transmissão da pobreza entre gerações.
Economistas apontam que a economia brasileira, com crescimento baixo nos últimos 30 anos, não gerou empregos suficientes para que as famílias saíssem do ciclo da pobreza. Embora os dados mostrem uma redução da miséria nos últimos anos, o número de beneficiários aumentou cerca de 26% entre 2019 e 2025.
O custo do Bolsa Família também cresceu. Em 2008, representava 0,3% do PIB. Em 2023, esse número subiu para 1,5%, equivalente a R$ 172,5 bilhões. Especialistas alertam que, se mantido nesse ritmo, o programa pode comprometer o equilíbrio fiscal do país.
Para tornar o benefício mais eficiente, economistas sugerem políticas que incentivem a inserção dos beneficiários no mercado de trabalho. Atualmente, os valores pagos podem tornar o programa mais atraente do que empregos de baixa remuneração. Para evitar esse efeito, especialistas defendem um modelo de transição, mantendo o benefício por um período mesmo após a conquista de um emprego formal.
Além do Bolsa Família, a solução para a pobreza passa por investimentos em educação, saúde e infraestrutura, garantindo que as famílias possam alcançar maior independência financeira ao longo do tempo.
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