Brasil fecha 2024 com déficit de US$ 56 bilhões nas contas externas, maior valor desde 2019.
24 de jan.
As contas externas brasileiras fecharam 2024 com um déficit de US$ 56 bilhões, equivalente a 2,55% do Produto Interno Bruto (PIB), o maior registrado desde 2019, quando o valor foi de US$ 65 bilhões. O resultado, divulgado nesta sexta-feira (24) pelo Banco Central, representa um aumento de 128% em relação a 2023, quando o déficit foi de US$ 24,5 bilhões.
De acordo com o relatório, a disparada no déficit foi impulsionada pela redução de US$ 26,1 bilhões no superávit da balança comercial, além de um crescimento de US$ 9,8 bilhões no déficit de serviços. Esses impactos foram levemente compensados pela redução de US$ 4,1 bilhões no déficit de renda primária e pelo aumento de US$ 367 milhões no superávit de renda secundária.
A balança comercial de bens, embora ainda superavitária, caiu para US$ 66,2 bilhões em 2024, uma queda de 28,2% em relação ao ano anterior. As exportações somaram US$ 339,8 bilhões, uma redução de 1,2%, enquanto as importações cresceram 8,8%, atingindo US$ 273,6 bilhões.
Em dezembro, o déficit nas contas externas foi de US$ 9 bilhões, um aumento significativo em comparação aos US$ 5,6 bilhões registrados no mesmo mês de 2023. A balança comercial também apresentou sinais de enfraquecimento no mês, com superávit de US$ 4,3 bilhões, inferior ao saldo de US$ 8,6 bilhões em dezembro do ano anterior.
Esses resultados refletem desafios significativos para a economia brasileira, como a redução da competitividade das exportações e o aumento da dependência de produtos importados. Especialistas alertam que o desempenho das contas externas deve ser monitorado de perto, considerando seu impacto direto na estabilidade econômica e no câmbio.
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