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Brasil perde até R$ 6,4 bilhões por ano com baixa qualidade de estradas vicinais

  • Foto do escritor: Elisa Ribeiro
    Elisa Ribeiro
  • 8 de out.
  • 2 min de leitura

Fonte: O TEMPO
Fonte: O TEMPO
O Brasil possui cerca de 217 mil km de rodovias pavimentadas, menos de 10% da extensão das estradas vicinais, que somam 2,2 milhões de km. Essas vias rurais, muitas de terra, são utilizadas diariamente para o transporte de centenas de milhares de toneladas de alimentos, mas apresentam diferentes níveis de infraestrutura, muitas vezes precários.
Um levantamento da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), divulgado nesta quarta-feira (8/10), aponta que a reforma das estradas rurais para um padrão de qualidade média geraria um ganho anual de R$ 2,7 bilhões. Se elevadas a um padrão considerado alto, o ganho poderia chegar a R$ 6,4 bilhões por ano.
O estudo detalha problemas cotidianos enfrentados por quem circula pelas vicinais, como pontes improvisadas e buracos, e propõe a adoção do Índice de Priorização de Estradas Vicinais (Ipev), um instrumento para o poder público identificar quais áreas demandam investimentos mais urgentes.
“Investimentos nas estradas vicinais se pagam. O que não dá para fazer é passar essa conta para o produtor pagar. O problema está sendo negligenciado, e quem paga a conta é o produtor”, afirma Thiago Péra, coordenador do Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial (Esalq-LOG).
A CNA estima que R$ 22,7 bilhões seriam necessários para melhorar as estradas consideradas prioritárias. Para abarcar todas as vicinais, o investimento subiria para R$ 43,5 bilhões. Segundo Péra, não é preciso pavimentar todas as vias; melhorias no nível mínimo de qualidade já garantem estradas funcionais, enquanto padrões superiores incluem drenagem e durabilidade de até sete anos.
O estudo também aponta impactos econômicos e ambientais:
  • Qualidade média das estradas traria R$ 1 bilhão adicionais por ano para o milho e a soja.
  • Qualidade alta permitiria ao setor de cana evitar a emissão de 378 mil toneladas de CO₂ por ano e gerar até R$ 2,4 bilhões em ganhos.
Minas Gerais e estradas prioritárias
Das 1,1 milhão de km de estradas vicinais consideradas de alta prioridade, Minas Gerais possui a maior malha do país, com 337 mil km, distribuídas em 19 microrregiões prioritárias. O destaque vai para Uberlândia, no Triângulo Mineiro, que demanda R$ 238,1 milhões para adequação e manutenção. No total, o estado exige quase R$ 2,7 bilhões em investimentos.
A coordenadora da pesquisa, Daniela Bacchi Bartholomeu, ressalta a importância dessas regiões:
“Minas Gerais possui microrregiões com grande carência de infraestrutura e relevância social e ambiental. São áreas de alta produção agrícola, especialmente no leste do estado, que precisam de atenção prioritária.”

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Gazeta de Varginha

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