Brasileiro desenvolve técnica inédita que detecta e trata o câncer de mama simultaneamente
9 de nov. de 2024
Reproduçâo
Um estudo brasileiro pode representar um grande avanço no diagnóstico e tratamento do câncer de mama. A doença é a primeira em mortes por câncer entre as mulheres no Brasil. De acordo com o INCA, Instituto Nacional do Câncer, a estimativa é de que tenhamos, no Brasil, 73.610 novos casos de câncer de mama até 2025. O estudo, único do gênero no mundo, é desenvolvido pelo pesquisador, mastologista e presidente do Departamento de Imagem e Procedimentos Minimamente Invasivos da Mama da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), Henrique Lima Couto e foi apresentado em um dos mais prestigiados congressos de imagem da mama do mundo, o EUSOBI – Congresso Anual da Sociedade Europeia de Imagem Mamária, realizado em Lisboa, no mês de outubro. A técnica é conhecida como Mamotomia e já é usada desde 1996, no entanto, apenas restrita à biópsia diagnóstica para determinar se uma lesão é maligna. A inovação deste estudo está na possibilidade de realizar o diagnóstico e o tratamento ao mesmo tempo, o que representa um grande avanço no combate ao câncer de mama. "Essa é uma notícia que traz esperança, já que o Brasil enfrenta grandes desafios no diagnóstico e tratamento do câncer de mama. A detecção precoce é essencial para o sucesso do tratamento, e essa técnica tem o potencial de reduzir drasticamente os custos, reduzir o tempo de diagnóstico e tratamento do câncer, e melhorar consideravelmente a qualidade de vida das pacientes, evitando-se uma cirurgia tradicional com um procedimento que dura em média 23 minutos", destaca o pesquisador. Segundo o pesquisador Henrique Lima Couto, o método mostrou-se eficaz no diagnóstico e tratamento de pequenas lesões únicas de até 15 mm. A pesquisa está em andamento há 10 meses, na clínica Redimama, em Belo Horizonte e até o momento, em torno de 50 mulheres foram submetidas ao procedimento com elevada taxa de sucesso.
“A grande inovação é a técnica de avaliação das margens associada a Excisão Assistida à Vácuo. Por meio dessa técnica é possível prever se o tumor foi completamente ressecado pelo procedimento podendo no futuro evitar e prescindir a cirurgia. Até o momento, estamos com 100% de ressecção completa quando a avaliação das margens é satisfatória e negativa”, afirma o pesquisador. Resultados preliminares Os resultados preliminares foram apresentados, em maio, no Simpósio Brasileiro de Câncer de Mama (BBCS), em Brasília e se tornarão públicos também durante o Simpósio Internacional de Tratamento Mínimo e Imagem de Mama, o Breastmit 2024, que ocorre nesta sexta (8) e sábado (9), na capital mineira. O evento vai reunir especialistas de todo o Brasil, de outros 13 países e vai abordar as inovações inovações em diagnóstico por imagem e tratamentos minimamente invasivos para doenças mamárias, incluindo o câncer de mama. O Breastmit 2024 é totalmente on-line e gratuito, sem fins lucrativos e direcionado para médicos e estudantes de Medicina. Entre os principais temas, destacam-se tratamentos avançados para câncer de mama, inovações em imagens e discussões sobre redução do tratamento, especialmente em câncer de mama em estágio inicial, técnicas avançadas de biópsia e ablação, novos métodos de rastreamento e prevenção, a integração de tecnologias de ponta para melhorar o cuidado; além da discussão de tópicos como inteligência artificial em imagens de mama, técnicas cirúrgicas minimamente invasivas e precisão em diagnósticos para recorrência de câncer de mama. Para o mastologista Henrique Lima Couto que também é presidente do Simpósio, o evento é especialmente relevante para os profissionais da saúde no que se refere as abordagens menos invasivas e com melhor qualidade de vida para as pacientes. “Temos a honra de receber palestrantes de países como, por exemplo, Estados Unidos, França, Canadá, Argentina, Reino Unido, Espanha, Holanda e Alemanha, o que reforça o caráter internacional e a relevância do Simpósio. Estamos extremamente felizes em oferecer uma plataforma gratuita para que médicos, pesquisadores e profissionais da área possam se atualizar e trocar experiências”, afirma.
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