Café roubado em fundo falso de caminhões: esquema sofisticado é descoberto pelo MPMG
Elisa Ribeiro
8 de out.
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Divulgação/Ilustrativa
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou dez integrantes de uma organização criminosa que operava na zona rural de Carmo do Paranaíba, no Alto Paranaíba, especializada em furtar café beneficiado por meio de fraudes mecânicas em caminhões. Seis dos acusados tiveram a prisão preventiva decretada recentemente. Os outros quatro já estavam presos.
Segundo as investigações conduzidas pela Promotoria de Justiça da comarca, o grupo manipulava maquinário e veículos utilizados no transporte de grãos, instalando compartimentos secretos que permitiam desviar parte da produção durante o processo de beneficiamento. O objetivo era subtrair café sem levantar suspeitas ao fim do trajeto nas fazendas.
A fraude era minuciosamente planejada: ao entrar nas propriedades, os veículos transportavam areia fina e peças de ferro nos compartimentos ocultos, simulando o peso esperado na balança. No trajeto até o local de armazenamento, esse material era descartado. Durante o beneficiamento, os tanques secretos eram preenchidos com grãos de café, burlando o sistema de controle de pesagem na saída.
Após a subtração, o café furtado era transportado para galpões e pátios na zona urbana de Carmo do Paranaíba, onde eram armazenadas tanto as sacas quanto os equipamentos usados no esquema. O grupo foi formalmente denunciado por furto qualificado e organização criminosa. Dois dos denunciados, pai e filho apontados como líderes da operação criminosa, também responderão por posse e porte ilegal de arma de fogo.
A atuação do grupo, conforme aponta a denúncia, ocorreu entre os anos de 2024 e 2025, envolvendo também pessoas do estado do Espírito Santo, o que indica ramificações interestaduais. Em uma operação realizada em agosto deste ano, as autoridades cumpriram mandados de busca e apreensão e localizaram, em um dos galpões usados pela quadrilha, 171 sacas e 36 bags de café, além de um caminhão com compartimento oculto, um trator agrícola e documentos com anotações que detalham o funcionamento do esquema.
A denúncia também descreve a estrutura hierárquica da organização, demonstrando a divisão de tarefas e a sofisticação do esquema criminoso, que vinha lesando produtores rurais da região.
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