Cafeicultores do Sul de Minas reforçam segurança contra roubos durante safra
gazetadevarginhasi
17 de abr.
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Reprodução
Com a saca do café sendo negociada acima dos R$ 2,5 mil, cafeicultores do Sul de Minas estão em alerta diante do aumento de furtos e roubos em propriedades rurais. Para proteger a colheita, muitos produtores têm investido em segurança privada, como as rondas noturnas particulares.
A cafeicultora Alessandra Peloso, de Ilicínea (MG), já foi roubada três vezes e relata o trauma de conviver com o medo constante. “Eu não durmo, acordo a noite inteira esperando qual horário vão me roubar de novo”, desabafa. Em uma das últimas tentativas, os criminosos cortaram cercas em três pontos e invadiram diversas propriedades vizinhas.
Diante da vulnerabilidade, o serviço de Ronda Particular tem ganhado espaço. O agente de segurança Alexandre Freitas, policial militar aposentado, atua na região há três anos e cobra R$ 330 por noite. Ele conta com formação especializada e autorização para o uso de armas de fogo. O patrulhamento é feito com moto e apoio de um carro estacionado em ponto estratégico, com suporte de outro agente. “É muito perigoso na época da panha. O pessoal vem com má intenção mesmo”, alerta.
Freitas mantém contato direto com a Polícia Militar, o que facilita a resposta rápida em caso de emergência. “Tenho o telefone dos plantonistas e acesso direto ao batalhão. Se for necessário, o apoio vem imediatamente”, explica.
Como nem todos os produtores conseguem arcar com esse tipo de serviço, o Sindicato Rural de Boa Esperança incentiva parcerias entre vizinhos para investir em câmeras de segurança com leitura de placas e a criação de grupos de WhatsApp para monitoramento coletivo. “É uma rede de vizinhança segura. A união dos produtores é essencial”, afirma o presidente do sindicato, Henrique Pacheco.
A cafeicultora Giovanna Lamaita, por exemplo, já instalou 16 câmeras após ver um vizinho ser roubado. Além disso, adota estratégias como não armazenar café na fazenda e contratar trabalhadores locais de confiança.
No esforço para coibir os crimes, a Polícia Militar intensifica o patrulhamento rural com a ‘Operação Agrogerais Segura’. “Vamos aumentar a presença policial, lançar operações e realizar reuniões com os produtores”, destaca a tenente-coronel Bianca Grossi. A Polícia Civil também atua com a ‘Operação Campo Seguro’, reforçando a repressão ao crime no campo.
A orientação das autoridades é clara: não reagir em caso de roubo e investir na prevenção. “O produtor pode pedir uma visita da PM na propriedade para receber orientações de segurança. Estamos à disposição”, conclui a tenente-coronel.
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