Campeão dos juros!” Brasil ultrapassa Argentina e se torna o país com maior juro real global

O Brasil passou a liderar o ranking mundial de juros reais após o Banco Central da Argentina anunciar um corte nas suas taxas básicas, reduzindo-as de 32% para 29%. Com essa medida, os juros reais argentinos caíram para 6,14%, colocando o país em terceiro lugar no ranking. A primeira posição agora é ocupada pelo Brasil, com uma taxa de 9,18%, seguido pela Rússia, com 8,91%.

O aumento nos juros brasileiros reflete a recente decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que elevou a taxa Selic para 13,25%. A justificativa do Copom foi conter a inflação, mas os juros elevados têm impacto direto no consumo e nos investimentos, restringindo o crescimento econômico.

Os juros reais são calculados descontando-se a inflação das taxas nominais, sendo este o indicador que realmente afeta o bolso dos consumidores e as decisões empresariais. Para o Brasil, o cálculo considerou a inflação projetada de 5,5% para os próximos 12 meses, conforme dados do Boletim Focus.

A situação econômica do país preocupa, pois, mesmo com uma arrecadação recorde, o governo encerrou 2024 com um déficit primário de R$ 47,6 bilhões, agravando ainda mais o cenário. O elevado custo do crédito dificulta a recuperação econômica e coloca o Brasil em uma posição desfavorável no cenário global.

Economistas alertam que a política monetária adotada pelo Banco Central precisa ser revista para equilibrar a necessidade de controle da inflação com o estímulo ao crescimento. Com a Argentina e a Rússia ajustando suas taxas, o Brasil permanece isolado como o país com o maior juro real do mundo, o que reflete uma economia estagnada e com baixo dinamismo.