top of page
1e9c13_a8a182fe303c43e98ca5270110ea0ff0_mv2.gif

Capital dos bares vive alerta: o que ameaça os pontos mais tradicionais de BH?

  • gazetadevarginhasi
  • 27 de out.
  • 2 min de leitura

fonte: estado de minas
fonte: estado de minas
O encerramento das atividades do Bar Bolão, na tradicional esquina da Praça Santa Tereza, em Belo Horizonte, neste domingo (26/10), reacendeu o debate sobre a sobrevivência dos bares e restaurantes que moldaram a identidade cultural da capital mineira. Mais do que simples pontos de encontro, esses estabelecimentos representam parte da memória afetiva da cidade — agora ameaçada por transformações urbanas e novos hábitos de consumo.
De acordo com a proprietária do Bolão, Karla Rocha, o fechamento ocorreu após o pedido do imóvel pelo locador para reformas, mas ela garante que o ícone da boemia mineira voltará a funcionar em novo endereço. “O Bolão não fecha. O Bolão renasce”, afirmou.
A realidade enfrentada por bares tradicionais está diretamente ligada a fatores econômicos e sociais. A valorização imobiliária em áreas centrais e nobres tem elevado os custos de operação, tornando inviável a permanência de negócios familiares com margens de lucro reduzidas. Além disso, a mudança no perfil dos frequentadores pesa: o público jovem, em busca de experiências “instagramáveis” e cardápios diferenciados, tende a se afastar dos ambientes clássicos.
Outro obstáculo é a sucessão familiar. Muitos desses estabelecimentos foram fundados há décadas, e nem sempre os herdeiros têm interesse em manter o negócio. O aumento dos custos com insumos e a falta de mão de obra qualificada agravam o cenário.
Apesar dos desafios, há exemplos de resistência. O Café Nice, fundado em 1939, quase encerrou as atividades devido ao esvaziamento do Centro e aos efeitos da pandemia. No entanto, uma campanha de financiamento coletivo, somada ao apoio de empresas parceiras, garantiu sua reabertura em setembro, com o lema “Desde 1939 fazendo amizades”.
Outro ícone que se adaptou aos novos tempos foi o Café Palhares, de 1938. O sócio-proprietário João Lúcio Ferreira destaca que o segredo para se manter relevante é inovar sem perder a essência. “O que é muito importante de um comércio hoje é manter sua natureza. Estou lá há 55 anos e mantenho a mesma essência que meu pai deixou”, disse.
Para preservar esses símbolos da boemia belo-horizontina, especialistas e frequentadores defendem atitudes simples, mas eficazes: frequentar com regularidade, indicar os locais para amigos, compartilhar experiências nas redes sociais e participar de eventos promovidos pelos estabelecimentos.
A capital dos bares pode até mudar, mas a essência da hospitalidade mineira ainda depende da presença constante dos clientes que fazem desses espaços uma extensão de suas próprias histórias.

Comentários


Gazeta de Varginha

bottom of page