Carta escrita por Santos Dumont em Poços de Caldas, em 1919, é recuperada pelo MP
gazetadevarginhasi
10 de abr.
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Uma carta escrita por Alberto Santos Dumont, o mineiro consagrado como o pai da aviação, voltou recentemente ao patrimônio público após mais de um século sob posse particular. O documento foi redigido em 28 de março de 1919, durante uma estadia do inventor em Poços de Caldas, no Sul de Minas, e integra agora um conjunto de 22 documentos históricos recuperados pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e entregues ao Arquivo Público Mineiro (APM).
Na carta, Santos Dumont agradece a um amigo pelo empenho em viabilizar a doação da casa onde ele nasceu, na cidade que hoje leva seu nome. Atualmente, o local abriga o Museu Cabangu, que reúne o acervo mais completo sobre a vida e obra do aviador. O MPMG já sugeriu que a carta seja encaminhada ao museu, dada sua relevância histórica.
O resgate do documento só foi possível graças à campanha "Boa Fé", uma iniciativa do MPMG que incentiva a devolução voluntária de bens culturais pertencentes ao patrimônio público. Neste caso, a entrega foi feita por uma família que decidiu colaborar com a preservação da memória nacional.
A ligação de Santos Dumont com Poços de Caldas é antiga. De acordo com o pesquisador e historiador Roberto Teresiano, o inventor frequentava a cidade desde o início dos anos 1900 para visitar o tio Marçal Santos, empresário local casado com uma integrante da tradicional família Junqueira.
Teresiano acredita que outros documentos relacionados à presença de Santos Dumont — e de outras personalidades relevantes da história do Brasil — possam estar guardados em coleções privadas. Ele reforça a importância de iniciativas como a da campanha "Boa Fé" para evitar que registros valiosos da história nacional se percam com o tempo.
“Torcemos para que outras pessoas que tenham documentos importantes, ou que suspeitem do valor histórico de algo que guardam, tomem a mesma iniciativa. Procurar o Museu Histórico ou o Ministério Público pode ser o primeiro passo para garantir que esses materiais se tornem acessíveis ao público e não desapareçam com o tempo”, afirmou.
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