Caso “Máfia dos Órgãos”: médicos responderão por homicídio qualificado no Tribunal do Júri em Poços
gazetadevarginhasi
9 de jun.
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Divulgação
Médicos serão julgados por júri popular no caso da “Máfia dos Transplantes” em Poços de Caldas.
A Justiça de Poços de Caldas determinou que quatro médicos envolvidos no caso conhecido como “Máfia dos Transplantes” devem ser submetidos a julgamento pelo Tribunal do Júri. A decisão, proferida na última terça-feira (3), diz respeito à morte de Paulo Lourenço Alves, ocorrida em janeiro de 2001, que teria sido provocada com o objetivo de viabilizar transplantes ilegais de órgãos. O episódio é identificado nos autos como o “Caso 5”.
Serão levados a júri popular os médicos Paulo César Pereira Negrão, Jeferson André Saheki Skulski, Cláudio Rogério Carneiro Fernandes e João Alberto Goes Brandão, acusados de homicídio qualificado. A Justiça entendeu que há indícios suficientes de autoria e materialidade para que os réus sejam julgados por crime doloso contra a vida. Eles respondem ao processo em liberdade, mediante medidas cautelares, e a decisão ainda cabe recurso.
As defesas de Paulo Negrão, João Brandão e Cláudio Fernandes informaram que irão recorrer da sentença. Até o fechamento desta matéria, a defesa de Jeferson Skulski não havia se manifestado.
A decisão também exclui dois médicos do julgamento: Alessandra Angélica Queiroz Araújo e José Júlio Balducci. Alessandra teve sua conduta desclassificada ainda no julgamento original, em 2015, para crime cuja pena prescreveu. Já Balducci foi absolvido. A Justiça manteve essas decisões por não haver recurso do Ministério Público em relação a eles.
O caso foi reaberto após o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), em 2017, anular as sentenças da primeira instância por entender que havia indícios de homicídio doloso, o que exige julgamento pelo Tribunal do Júri. Com isso, os autos retornaram à fase de pronúncia.
Segundo as investigações, Paulo Lourenço Alves, de 41 anos, teve os rins e as córneas removidos ainda com sinais vitais na Santa Casa de Poços de Caldas. A prática se insere em um conjunto de denúncias que ficaram conhecidas nacionalmente como “Máfia dos Órgãos”, envolvendo supostos esquemas de transplantes ilegais realizados no início dos anos 2000.
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