Casos de stalking crescem mais de 360% no Brasil e acendem alerta para segurança
11 de fev.
O crime de stalking, caracterizado pela perseguição insistente de uma pessoa, seja no mundo real ou virtual, teve um aumento alarmante de 360% no Brasil em 2024. Dados da Justiça revelam que foram 37.296 novos processos abertos no último ano, contra 8.057 em 2023, evidenciando um crescimento expressivo dessa prática criminosa.
Desde que o stalking foi tipificado como crime em 2021, as punições previstas incluem penas de seis meses a dois anos de prisão, podendo ser aumentadas caso a vítima seja mulher, criança, idoso ou adolescente. Especialistas alertam que esse tipo de perseguição pode evoluir para crimes ainda mais graves, como lesão corporal e feminicídio.
"Pode virar uma lesão corporal, uma ameaça séria e, em casos extremos, até um feminicídio. Por isso, é essencial que a vítima identifique os sinais e procure ajuda imediatamente", alerta Ricardo Maffeis, advogado especialista em direito digital e proteção de dados.
Vítimas enfrentam medo constante
Uma das vítimas ouvidas pelo SBT News, que teve sua identidade preservada, relatou que seu ex-namorado transformou sua vida em um pesadelo. Após o fim do relacionamento, o homem passou a enviar mensagens insistentes e ofensivas, além de aparecer constantemente no trabalho da vítima.
"Ele queria saber onde eu estava, com quem eu estava, o que eu estava fazendo. Não deixava eu viver minha vida", desabafa.
A perseguição escalou a ponto de o agressor oferecer dinheiro em troca de relações sexuais. O episódio fez com que a vítima registrasse um boletim de ocorrência, reunindo mensagens e provas para solicitar uma medida protetiva contra ele.
Medidas legais contra o stalking
Além da denúncia criminal, vítimas de stalking podem ingressar com ações civis por danos morais e pedir proteção na Justiça para que o agressor mantenha distância mínima e seja proibido de fazer contato.
O aumento expressivo dos casos reforça a necessidade de campanhas de conscientização e punição mais severa para os agressores, garantindo maior segurança às vítimas.
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