CEO da Vale avalia metas climáticas como "agressivas e pouco realistas", mas aposta na descarbonização
24 de jan.
As metas climáticas globais definidas por governos e empresas são frequentemente “ultra-agressivas” e, em muitos casos, “pouco realistas”, afirmou Gustavo Pimenta, CEO da Vale, em entrevista durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos. Apesar das dificuldades, o executivo acredita que a descarbonização continuará avançando, impulsionada por demandas empresariais e compromissos globais.
“Há líderes percebendo que não é viável descarbonizar algumas indústrias devido aos custos desproporcionais. Não dá para prometer algo que o acionista não vai aceitar e que a sociedade não vai pagar”, explicou Pimenta. Mesmo com posições que favorecem combustíveis fósseis, como as defendidas pelo presidente americano Donald Trump, o CEO destacou que as empresas não conseguirão fugir dessa agenda devido às necessidades do mercado e das pressões ambientais.
Pimenta vê o Brasil como uma peça-chave na transição energética, especialmente no fornecimento de minerais críticos necessários para tecnologias sustentáveis. A Vale, segundo ele, está focada em parcerias para ampliar sua presença em energia renovável, incluindo investimentos em megahubs no Brasil e no Oriente Médio.
“Estamos construindo plantas de briquete e buscando coinvestimentos com nossos clientes para acelerar a transição para a descarbonização”, afirmou. No entanto, ele ressaltou que a adoção de novas tecnologias, como a produção de aço verde, será demorada devido ao alto capital necessário para transformar a indústria.
Apesar das dificuldades, o CEO da Vale mantém uma visão equilibrada. “Não diria que sou otimista, mas vejo um cenário construtivo. As empresas comprometidas seguirão avançando, mesmo com volatilidade e desafios,” concluiu.
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