Ciro Nogueira revela que há "pressão" para que o PP não tenha representantes no governo Lula.
6 de mar.
Reprodução
O presidente nacional do PP e senador Ciro Nogueira (PI), aliado de longa data do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou nesta quinta-feira (6) que "há uma pressão" para que seu partido não tenha representantes no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ciro destacou que, "partidariamente", o PP não tem vínculos com o governo, e que o ministro do Esporte, André Fufuca, filiado ao partido, aceitou um convite pessoal de Lula para integrar o primeiro escalão, sem que fosse uma indicação formal do PP.
"Tem aumentado muito a pressão dentro do nosso partido. Não digo nem de desembarcar do governo, porque nós nunca entramos. O PP nunca decidiu apoiar este governo ou indicar alguém para sua equipe", disse ele.
O senador explicou que a situação tem gerado um certo desconforto no partido e intensificado a pressão para que ele convoque as lideranças e tome uma decisão, algo que deve ocorrer na próxima semana. "Há um movimento crescente no partido para que ninguém do PP participe dessa gestão", completou.
Além de Fufuca, o PP também comanda a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), mas Ciro enfatizou que essa indicação foi pessoal, feita pelo ex-presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e não uma decisão do partido.
A pressão para o desembarque de partidos do Centrão no governo Lula aumentou após o presidente não privilegiar nomes desse grupo nas recentes mudanças ministeriais. A Secretaria de Relações Institucionais, que gerencia a articulação política, era uma posição desejada pelo Centrão, mas foi entregue à petista Gleisi Hoffmann. A situação se agrava com a crise de popularidade enfrentada por Lula em seu terceiro mandato, com índices de desaprovação históricos, até mesmo em estados onde sua avaliação positiva sempre foi superior.
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