CNI aponta queda "mais branda" na produção industrial entre dezembro e janeiro
19 de fev.
Reprodução
A produção industrial apresentou uma queda na passagem de dezembro para janeiro, alcançando 48,9 pontos, conforme dados divulgados nesta quarta-feira (19) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) na Sondagem Industrial. No entanto, o recuo foi considerado mais brando do que o habitual para o período, se comparado com anos anteriores.
“Normalmente, a produção tende a acelerar no fim do terceiro trimestre para atender a demanda de fim de ano. Após isso, é esperado um declínio, mas, em 2025, esse recuo foi menos acentuado do que em períodos semelhantes”, observa Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI.
A pesquisa revelou que o declínio da produção em janeiro de 2025 foi observado em empresas de pequeno e médio porte. Em contrapartida, as grandes indústrias apresentaram aumento na produção. As quedas ocorreram nas regiões Norte, Sudeste e Centro-Oeste, enquanto as regiões Nordeste e Sul registraram crescimento.
O índice de evolução do número de empregados ficou em 49,6 pontos, indicando estabilidade no período, o que é atípico, pois geralmente há uma queda nesse número em janeiro.
De acordo com a CNI, as grandes empresas apresentaram aumento no número de empregados, ao passo que as pequenas e médias indústrias reduziram sua força de trabalho. Em termos regionais, o Sul e o Sudeste tiveram alta no número de empregados, enquanto o Norte, Nordeste e Centro-Oeste apresentaram recuo.
A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) ficou em 69%, registrando um aumento de 1 ponto percentual (p.p.) em relação a dezembro de 2024, e 2 p.p. acima da média histórica para o mês de janeiro. A CNI destacou que este foi o 11º mês consecutivo com a UCI superior à média histórica mensal.
O aumento da UCI foi impulsionado pelas grandes empresas, enquanto as médias se mantiveram estáveis e as pequenas apresentaram queda. No entanto, todos os segmentos ficaram acima das médias de janeiro.
Quanto ao nível de estoques, o indicador ficou em 49 pontos, apontando um recuo pelo terceiro mês consecutivo. Esse declínio foi observado em empresas de pequeno, médio e grande porte. Apenas no Norte houve avanço nos estoques, enquanto no Nordeste os estoques se mantiveram estáveis.
O indicador de estoque efetivo em relação ao usual permaneceu estável em 49,3 pontos, marcando o 14º mês consecutivo abaixo dos 50 pontos, o que indica estoques abaixo do nível planejado pelos empresários.
Expectativas para o primeiro semestre A pesquisa também mediu as expectativas para o primeiro semestre de 2025, mostrando um aumento no otimismo das indústrias de todos os portes e segmentos. Os indicadores de expectativa para demanda, exportações, compras de matérias-primas e número de empregados avançaram de janeiro para fevereiro de 2025, ficando todos acima dos 50 pontos.
A sondagem foi realizada com 1.453 empresas (595 pequenas, 514 médias e 344 grandes) entre os dias 3 e 12 de fevereiro.
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