As chuvas destroem vários municípios do sul do país e isso realmente é uma tragédia.
Pessoas de todos os lugares se solidarizam e fazem doações para alentar o que não tem alento.
Esses fatos escatológicos tem o objetivo de mostrar que ninguém é dono de nada. Somos frágeis criaturas que, num sopro de brisa podemos sofrer as mais inenarráveis perdas materiais e imateriais.
Façamos da vida um imenso palco, uma arena de realizações de sonhos, de representações com infinitos personagens, onde a ARTE abre espaços para uma vida melhor, mais sana e mais colorida em toda sua diversidade e adversidade.
Hoje não trago uma trajetória cultural, mas sim todas as trajetórias – a minha, a sua e a de todos que estão envolvidos num processo ainda embrionário, cheio de avanços e retrocessos.
Aos poucos os eventos culturais vão tomando forma, os termos de fomentos que nos são dados pelo devido direito da apresentação de um projeto aprovado, estão sendo assinados, nas esferas municipais e estaduais.
Muitos já estão executando seus projetos, outros estão agarrados nos empasses burocráticos.
No meio do processo estão a esperança e a angústia da espera da liberação dos recursos de um lado e de outro, muitas vezes, o descaso das políticas públicas com a CLASSE ARTÍSTICA que, aos poucos, vai sendo vencido, ainda que de forma um pouco traumática.
A política do artista é a sua ARTE, como sempre falei aqui, mas mesmo assim, quem já foi contemplado com a verba, no desenvolver das suas atividades, que são destinadas à população de forma absolutamente gratuita, pois é essa a contrapartida e o compromisso que o produtor cultural/artista assume com o governo, tem que tomar cuidado de não transformar suas ações culturais em palanque eleitoreiro, ao final das contas esse ano é complexo, na corrida por um espaço na vida política daqueles que por inúmeras razões querem ser governantes.
Tudo é um enfrentamento muito grande atribuído a um momento democrático e descentralizador cultural sem precedentes, onde é permitido a cada um expressar seus contentamentos e descontentamentos.
Fico feliz, como expectadora, observadora e também como artista envolvida em todas as etapas dessa construção cultural que ficou parada por anos.
As fontes estavam secas e agora jorram recursos para toda a amplitude de trabalhadores da arte.
A CULTURA gera emprego, quero ser mais precisa, muitos deles.
Basta observar, ainda que muitos não tenham gostado, o show da MADONNA. Já parou para pensar, caro leitor, quantas pessoas ganharam seu sustento nesse evento?
Assim acontece com os eventos mais “humildes” ao nosso redor, afinal são bilhões de reais distribuídos para não deixar que a cultura morra, pois um povo escreve suas histórias por meio de suas expressões culturais.
Cabe a cada um desses produtores construírem suas equipes, gerando renda aos demais profissionais, respeitando a formação e as especificidades culturais e artísticas de cada um, fazendo com que cada um tenha seu espaço e seu trabalho garantido, ainda que, de maneira informal.
Essa fluência nos meios da cultura me deixa muito feliz, apesar dos pesares que enfrentamos.
Minha solidariedade e empatia imensa às pessoas que passam por momentos que não possuem narrativas.
Aqui vou curando as feridas com a enxurrada da ARTE, ainda muito incompreendida por muitos.
Vou alentando minha alma com as agruras do mundo que me doem por muitas vezes não compreender certas destemperanças.
Para finalizar, comemoro, pois a denúncia anônima infundada, que expôs artistas queridos da nossa cidade, foi arquivada, por falta de consistência e, sendo assim, a ARTE e a CULTURA seguem o desfile nas avenidas, nas praças, nas escolas... em todos os equipamentos públicos que possam abrigar a EXPRESSÃO mais nobre de cada um dos artistas varginhenses.
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