
CALDEIRÃO CULTURAL
Outubro e novembro foram meses muito movimentados nos meios culturais.
Em outubro tivemos uma exposição de um mês inteiro dedicado à Clarice Lispector que foi sensacional e novembro começou na mesma fluência.
Muitos empreendedores culturais estão em processo de realizações de seus eventos advindos das Leis de Incentivo à Cultura, sejam elas de maneira direta ou indiretamente.
Conteúdos culturais são apresentados de maneira diversa, abarcando todos os gostos.
Um fluxo ininterrupto de festivais, mostras com a participação do governo municipal, estadual e federal: Ateliê da Percussão, Rango de Rua, Orquestra Filarmônica de Varginha, Dança, Teatro, Artesanato, Cinema, Literatura, etc...
Com isso minha agenda também esteve movimentadíssima.
Procurei, enquanto colunista cultural da Gazeta e também enquanto conselheira dos conselhos deliberativo e do COMIC de Varginha, fazer meu papel fiscalizador e tive a responsabilidade e imparcialidade que são necessárias, para diligenciar as atividades, registrar e elaborar relatórios e encaminhar a quem tem o poder de fazer o restante dos acompanhamentos das atividades, que envolvem dinheiro público, de maneira legal.
Posso dizer, que nessa maratona de eventos pude conhecer produtores novos, outros com uma longa estrada na produção de eventos, jovens aprendizes ávidos por embrenhar no setor das ARTES.
Grandes espetáculos, dignos de aplausos prolongados – um deles o evento de domingo, 24/11, no Espaço MAZ, na Vila Pinto, da Produtora Marina Azze.
Foi um evento que eu, como PCD, pude presenciar a INCLUSÃO de fato e de direito, onde a verdadeira acessibilidade esteve presente, desde a estrutura do espaço que possui todas as referências arquitetônicas aplicadas, a acessibilidade comunicacional, feita pelo meu amigo Cássyo que amo de paixão, até o acolhimento realizado por toda a equipe.
Apresentações de artistas PCDs, oficinas e, a CEREJA DO BOLO – a participação do coreógrafo de reconhecimento Nacional e Internacional, Marcos Abranches, diretamente da Alemanha, para nós, por meio de vídeo conferência.
Uma tarde de ARTE reflexiva e cult, que merece reverência, respeito e reconhecimento.
Casa lotada, plateia cheia, com familiares de pessoas PCDs, artistas de várias regiões interagindo, trocando ideias, somando forças.
A MAZ ainda promoveu o lançamento de livros de dois escritores e, portanto, a APESUL – Associação de Poetas e Escritores do Sul de Minas não poderia ficar de fora.
Não basta ter projetos aprovados. É preciso que haja uma execução de qualidade. O dinheiro público tem que ser usado com responsabilidade.
A CULTURA precisa ultrapassar as mesquinharias que andam ocorrendo nos meios da PRODUÇÃO CULTURAL.
Estou terminando de cumprir minha agenda.
Ainda tenho várias apresentações para apreciar.
Não podemos mensurar a ARTE.
A ARTE constrói a CULTURA e por isso ela é tão diversa, porém não posso deixar de informar que diante de tantos conteúdos excelentes, de apresentações que realmente fizeram a diferença e acrescentaram conteúdos relevantes, também foram oferecidas atividades rasas, sem comprometimento, sem público, quase a portas fechadas que para mim indicam um certo desrespeito pelos nossos colegas de profissão, ainda que muitos não sejam profissionalizados ou sindicalizados.
O novo formato CULTURAL, formato relacionado às questões burocráticas, permite uma FLEXIBILIDADE tão necessária e positiva à cultura, mas muitos empreendedores não compreendem essa amplitude, batendo as mãos fortemente no peito, gritando em nome de um coletivo, quando na verdade são empresários da cultura e pensam, única e exclusivamente, em si.
Mas foquemos naqueles que realmente são protagonistas de atividades que merecem ser vistas, aplaudidas e mencionadas.
No demais, joga para o UNIVERSO que ele se encarrega de acomodar os desequilíbrios tão necessários ao nosso crescimento enquanto seres sociais, mas nem sempre SOCIÁVEIS.

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