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Coluna Fatos e Versões com Rodrigo Silva Fernandes - 24/10/2024




Apostas de reaproximação
A coluna conversou com uma fonte no Partido Progressista de Varginha que disse acreditar na reaproximação política entre o deputado federal Dimas Fabiano (PP) e o futuro prefeito de Varginha, Leonardo Ciacci (PSD). Para a fonte, a longa história política de Ciacci que esteve por décadas no PP, onde construiu amizade com Dimas, pode ser o diferencial para a reaproximação. Atualmente, muitos do entorno de Ciacci são adversários ferrenhos de Dimas, mas a necessidade de Dimas ampliar apoios em Varginha e do futuro governo Ciacci ter mais apoio federal e recursos de emendas parlamentares podem ser fatores que vão favorecer este reencontro. A coluna já havia, também, ventilado esta possibilidade. Até mesmo no atual governo, liderado por Verdi Melo, há quem defenda uma reaproximação com o PP de Dimas, mas agora com contrapartidas menores que nas últimas negociações entre as partes, visto que o grupo do deputado está enfraquecido com a derrota nas urnas. Uma possível reaproximação entre o próximo governo municipal e Dimas Fabiano, poderia favorecer as composições das eleições de 2026, impedindo que PP lance candidato a estadual, por exemplo, o que favorece Verdi Melo apontado como próximo candidato a deputado estadual com o apoio do futuro prefeito Ciacci. Mas as tratativas e apostas estão ainda no início e muita coisa tem a acontecer. Mesmo porque, o PSD de Varginha tem interesse em ampliar cada dia mais a relação de Verdi e Ciacci com o deputado federal Diego Andrade (PSD), o que na prática, significa deixar os líderes municipais longe do deputado federal concorrente de Diego Andrade.

Paz aparente
Muitas fontes ouvidas pela coluna, no governo e na oposição, disseram que com o fim das eleições municipais e a acachapante vitória de Ciacci e Verdi, a tendência natural é de um “armistício com paz temporária, pelo menos ao longo de 2025”, a depender das tratativas no Legislativo municipal e composição do novo governo municipal. No governo e na oposição, a aposta é que a eleição de um Legislativo mais experiente e diversificado, vai favorecer um entendimento entre Prefeitura e Câmara. Além disso, o Executivo vive um momento “fértil com dinheiro em caixa, o que ajuda a conter disputas”. Outro ponto de tensão política que deve voltar a ter paz é a relação entre o governo municipal e o Governo Zema. Nas eleições municipais o governo Zema foi  muito atacado por prefeitos descontentes, por exemplo, com a cobrança de pedágios instalados em estradas que foram entregues para concessão. Quem conhece administração pública, sabe que não havia outra forma de manter as estradas trafegáveis e garantir novos investimentos e duplicações sem fazer as concessões. Além disso, os valores estabelecidos foram debatidos com os municípios e parte dos valores arrecadados são transferidos aos municípios, de forma que os ataques dos prefeitos ao Governo Estadual foram apenas retórica política para ganhar ou não perder votos. Ou seja, passada a disputa, o Governo Zema pretende esquecer as ofensas e possivelmente os prefeitos devem superar este caso, já focados nas eleições de 2026, quando muitos vão tentar vaga na Assembleia Legislativa e querem maior interação com o Governo estadual.

Justificativas eleitorais
A coluna conversou com a vereadora reeleita Zilda Silva (PP) sobre sua reeleição e análise dos números do pleito de outubro. Zilda conquistou menos votos do que esperava e quase não conseguiu a permanência no Legislativo. Segundo a parlamentar, os planos políticos iniciais eram de que fosse disputar o Executivo municipal, o que ensejou seu engajamento diferente no tabuleiro político local, cedendo sua base para outros candidatos e até estimulando que apoiadores fossem candidatos a vereador. Contudo, quando da mudança de estratégia do Partido Progressista, em retornar Zilda para a disputa da Câmara, muitos de seus apoiadores já tinham assumido compromissos diferentes e outros até eram candidatos, o que resultou em perda de votos. Além disso, Zilda Silva disse que foi alvo de perseguições de adversários que destruíram seu material de campanha e espalharam notícias falsas sobre sua atuação parlamentar. Zilda Silva começou a atual legislatura como governista e ao longo dos 4 anos migrou para a oposição ao governo Verdi. A parlamentar disse que com a nova oportunidade que terá na Câmara em 2025 e o novo governo Ciacci, as tratativas voltam ao zero e uma nova relação pode ser construída com o governo, dependendo das ações da nova administração municipal, para ter o apoio ou oposição de cada parlamentar na Câmara. Mas disse que acredita que a nova legislatura que entrará em 2025 é mais experiente e deverá ter boa atuação tanto governista quanto a oposição.

Justificativas eleitorais – 02
A coluna também fez algumas observações e perguntas para suas fontes no governo e na oposição, para trazer a análise dos candidatos e caciques políticos. Para a maioria deles, o resultado da eleição municipal teve pouca influência da polarização nacional dos presidentes Lula e Bolsonaro, diferente do que foi percebido em diversas cidades onde as duas figuras públicas nacionais tiveram forte influência e até participaram das ações das campanhas municipais. Embora o PL de Bolsonaro tenha crescido muito e vencido em grandes cidades, o PT também cresceu, mas bem menos do que se esperava. Lula nem Bolsonaro vieram a Varginha, mas nomes famosos do cenário político nacional como o deputado federal Nicolas Ferreira (PL) gravaram vídeo de apoio para o candidato a prefeito Zacarias Piva (PL), contudo sem resultado eleitoral eficiente. Para a maioria das lideranças ouvidas pela coluna, mais importante que Lula ou Bolsonaro, a falta de consciência e responsabilidade política do eleitor varginhense foi a grande vitoriosa (infelizmente) nestas eleições onde praticamente 1/3 dos eleitores municipais não votaram, aproveitando o feriado prolongado para viajar. Isso por conta do aniversário da cidade na segunda-feira, dia 07 de outubro, logo após as eleições no domingo. Sem falar nos milhares de eleitores que votaram em branco ou nulo. Ou seja, a falta de consciência política teve maior peso nas eleições municipais do que as figuras públicas de Lula ou Bolsonaro, esquerda ou direita.

Justificativas eleitorais – 03
Outra percepção dos articuladores políticos ouvidos pela coluna, inclusive da oposição que pediram sigilo nas conversas, é que a avaliação dos prefeitos Verdi Melo e Antônio Silva, fizeram muita diferença no voto de quem foi às urnas. Mesmo com os ataques a Verdi Melo e Antônio Silva, as pesquisas de avaliação foram confirmadas mostrando que Verdi tem um governo bem avaliado e Antônio Silva ainda tem um eleitorado fiel que não abandonou o ex-prefeito e agora futuro vice-prefeito, mesmo depois da renúncia que marcou sua vida política. Para as fontes ouvidas, Verdi Melo foi o maior cabo eleitoral de Leonardo Ciacci, seguido de Antônio Silva, que tem em seus quatro mandatos a experiência incontestável que colaborou para a aprovação popular da chapa consagrada nas urnas. Mas os analistas ouvidos pela coluna acreditam que a Câmara eleita para a próxima legislatura é mais experiente e será mais independente e diversificada. Nomes como Rogério Bueno (PV), Dandan (PL) e Zilda Silva (PP) chegam para a nova legislatura com “projetos em mente e cientes das possibilidades, virtudes e falhas do futuro governo” e certamente vão se destacar no Legislativo. Não se acredita em embates diretos e conflitos abertos com o novo governo, da forma como ocorreu com Verdi nos dois anos finais do mandato de prefeito. Mas um Legislativo mais experiente pode impor mais “limites ou trocas ao novo governo”, o que se deve ver apenas no final de 2025 ou começo de 2026 com a influência das eleições de estaduais. A “lua de mel entre a população, o Legislativo e o novo Executivo municipal devem durar mais do que os 6 meses habituais”.

Falta “dar o sangue”
O banco de sangue de Varginha abriu vagas para doação de sangue entre os dias 21 e 23 de outubro, num esforço sem sucesso para dar segurança ao estoque de sangue e hemoderivados tão importantes em cirurgias realizadas em Varginha e outras cidades atendidas pelo banco de sangue local. O Hemominas, que é uma instituição estadual que atua na captação e tratamento do sangue em todo estado e em Varginha, somente atua na cidade por pressão a aporte financeiro da Prefeitura de Varginha. A instituição estadual Hemominas, por incompetência ou falta de recursos, não cumpre os cronogramas de investimentos e eficiência de atuação na cidade para dar estrutura e garantir a captação de sangue necessária para atender a região. São cirurgias eletivas e até de urgência que correm risco de realização sem a existência de sangue disponível. A Prefeitura de Varginha doou terreno ao HemoMinas para que a instituição construísse sua sede própria com toda estrutura e investimentos necessários e prometidos pela entidade, contudo isso ainda não aconteceu. O Hemominas funciona em Varginha de forma precária, ineficiente e somente funciona porque a Prefeitura de Varginha alugou espaço provisório para a instituição. Antes disso, os doadores de Varginha e região eram obrigados a pegar um ônibus para ir a Poços de Caldas fazer a doação, perdendo todo o dia. Tal estrutura era totalmente custeada pela Prefeitura de Varginha e tais coletas não aconteciam todos os dias. Atualmente não se sabe se as coletas acontecem todos os dias, na provisória estrutura criada pelo Hemominas em Varginha, acreditasse que não! Aliás, sabe-se que o número de doadores regulares é afetado pela instabilidade das datas de doação, visto que não há regularidade. O que se vê é que enquanto a população “dá o sangue para manter o banco de sangue ativo, o Hemominas não tem dado o sangue para oferecer um serviço eficiente e de qualidade em Varginha”.

Empoderada e na função
A Guarda Municipal de Varginha que tantos investimentos municipais recebe e tantos questionamentos enfrenta, inclusive da coluna, parece que vem encontrando seu lugar: o trânsito. A instituição foi afetada pela decisão da Justiça que definiu que as Guardas Municipais de todo o Brasil não têm poder de polícia, ou seja, não podem prender ninguém, a menos que em flagrante delito, o que é também um direito e dever cívico de todo e qualquer cidadão. Contudo, diante das cobranças da população e do Governo municipal que já gastou milhões com a Guarda Municipal de Varginha, a instituição capacitou boa parte de sua tropa para atuação no trânsito, o que tem ocorrido de forma exitosa. Além das intervenções corriqueiras no trânsito, as muitas obras municipais no recapeamento de vias e construção da avenida sanitária entre outras, tem sido “área de teste e prova para atuação” destes membros da tropa da Guarda Municipal. Sem falar nos acidentes de trânsito, com colisões graves às vezes, o que implica em atuação rápida da Guarda. Até aqui a instituição tem ido bem nas atuações no trânsito, fruto da capacitação e agilidade dos integrantes da tropa. Mas ainda tem um longo caminho a ser percorrido pela instituição municipal de segurança, que precisa fazer valer os milhões que recebe anualmente do orçamento municipal. Vamos aguardar e conferir!

Perguntar não ofende
O novo governo já falou e vem monitorando boa parte dos vereadores da nova legislatura, sabe que terá maioria, mas será que vai convencer sua futura base a eleger a mesa diretora que precisa no Legislativo municipal? As conversas já acontecem!
Ressentidos, perdedores e descontentes com o resultado das urnas já arquivaram o plano de governo (genérico) apresentado pelo futuro prefeito Ciacci e as promessas mirabolantes de alguns vereadores eleitos. Será que tem arapuca sendo preparada?
O orçamento para 2025 precisa ser aprovado na Câmara antes do final do ano. É muito comum que existam “ajustes nos números tendo em vista que o próximo governo será continuação política e aliado do atual governo”, a dúvida é saber se os números serão ajustados para baixo, pra cima ou se vão apresentar a realidade fiscal?

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