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A redução expressiva em Minas Gerais segue a trajetória descendente de novos registros em âmbito nacional, que no primeiro semestre deste ano totalizaram 11.683 em todo o país. No caso nacional, a queda foi de 80,92% em relação ao mesmo período de 2022, quando 60.923 armas foram registradas por cidadãos comuns no Brasil. Em 2020, o número havia sido de 45.733, enquanto nos seis primeiros meses de 2019 foram 18.608 novos cadastros.
O novo decreto determina a redução de quatro para duas a quantidade de armas por cidadão. Além disso, a quantidade de munições permitidas por arma, anualmente, foi reduzida de 200 para 50 unidades. Agora também será necessário comprovar “efetiva necessidade” das armas para que seu uso seja permitido. Além disso, fica decretado o fim do porte de trânsito municiado para CACs e são impostas restrições às entidades de tiro desportivo.
No governo antecessor, armas que antes eram restritas apenas às forças de segurança, como as pistolas 9mm, .40 e 45 ACP, foram disponibilizadas para os cidadãos comuns. Com o novo decreto, esses parâmetros foram revertidos, e as pistolas voltaram a ser de uso exclusivo das forças de segurança, restabelecendo a restrição anterior. Além disso, as armas longas de alma lisa semiautomáticas também foram incluídas nas restrições.
Contrários às novas regras para a aquisição de armas, parlamentares da oposição tentam derrubar o novo decreto do presidente Lula. Na Câmara dos Deputados, conforme levantamento feito até segunda-feira (31/7), nove propostas legislativas, sendo três requerimentos e seis projetos de decreto legislativo (PDL), buscam sustar totalmente ou parcialmente o decreto 11.615/2023, além de debater os impactos da proposta presidencial.
Uma das propostas, o PDL 189/2023, contém a assinatura de quatro parlamentares mineiros da bancada do Partido Liberal (PL). São eles: Junio Amaral, Nikolas Ferreira, Zé Vitor e Mauricio do Vôlei. O projeto é assinado, ao todo, por 54 parlamentares. À reportagem do Estado de Minas, o deputado federal Junio Amaral disse que a proposta tem como objetivo tentar “restabelecer a situação anterior” do governo Bolsonaro. Para ele, o decreto da gestão atual “sufoca e destrói o setor armamentista”, além de privar a liberdade do cidadão que cumpre os requisitos para ter acesso às armas de fogo.
Já o deputado federal Zé Vitor acredita que o tema deve ser debatido pelo Congresso Nacional. Ele também avalia que uma política bem estabelecida sobre o acesso às armas pode favorecer o país. “Eu defendo que haja um amplo debate e que o Congresso defina sobre esse tema, não o governo. Particularmente, acredito que uma política clara sobre armas pode favorecer o país e o cidadão”, declarou à reportagem do Estado de Minas.
Outros Projetos de Decreto Legislativo que tentam anular a decisão presidencial foram apresentados pelos deputados federais Delegado Fabio Costa (PP-AL), Ricardo Salles (PL-SP) e Coronel Meira (PL-PE), Julia Zanatta (PL-SC), Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP), Marcos Pollon (PL-MS) e Alberto Fraga (PL-DF). Como os textos apresentados são de teor similar, pode haver uma junção dos projetos na tramitação.
Além dos projetos apresentados para revogar o decreto, um requerimento (221/2023) foi submetido à Mesa Diretora para convocar o ministro da Justiça, Flávio Dino, a comparecer à Casa Legislativa para esclarecer as novas normas. Já o requerimento (225/2023), solicita uma audiência pública para discutir os impactos do decreto “no comércio de armas no Brasil, no funcionamento dos clubes de tiro, bem como na prática de tiro esportivo, caça e coleção pelos cidadãos brasileiros.”
No Senado, duas propostas foram apresentadas na tentativa de suspender totalmente o decreto que reduz o acesso às armas de fogo. Na Casa Legislativa, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), com o apoio de outros 10 parlamentares – inclusive do senador mineiro Cleitinho (Republicanos) –, apresentou o Projeto de Decreto Legislativo 193/2023.
Ao justificar o projeto, o filho 01 do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirma que a atual gestão avançou na competência legislativa do Congresso ao criar atribuições e alterar competências estabelecidas. Para Flávio, o decreto também pode causar um “colapso” na Polícia Federal no gerenciamento do sistema de registros de armas de fogo “aliado à falta de padronização comprometendo a eficiência do sistema anterior e levando à insegurança do mesmo”.
fonte: Estado de Minas
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