Com valor de R$ 7 aprovado, Poços de Caldas pode ter tarifa do transporte público mais cara de todo o país
11 de jan.
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A tarifa do transporte coletivo em Poços de Caldas (MG) será reajustada para R$ 7, tornando-se uma das mais altas do Brasil. O aumento, de quase 17%, foi aprovado pela prefeitura, que deverá publicar o decreto oficial nos próximos dias. O novo valor será superior a todas as capitais brasileiras. Atualmente, Florianópolis (SC) possui a passagem mais cara entre as capitais, com um valor de R$ 6,90.
Queda de passageiros e custos motivaram aumento
De acordo com a prefeitura, a principal justificativa para o aumento é a queda no número de passageiros que utilizam o transporte público. Antes da pandemia, o sistema transportava cerca de 1,4 milhão de pessoas por mês. Hoje, esse número caiu para 600 mil usuários.
O secretário de Defesa Social, Rafael Tadeu Conde Maria, destacou que o reajuste pode impactar ainda mais o sistema. “Com o aumento da tarifa, possivelmente o número de passageiros vai cair ainda mais, gerando mais desequilíbrio. Antes da pandemia, tínhamos 1,02 milhão de pagantes por mês, e agora estamos próximos de 630 mil”, afirmou.
O aumento também foi atribuído à alta nos custos de combustíveis e insumos.
Com o aumento da tarifa e a redução da oferta de linhas, os moradores têm migrado para outros meios de transporte, como aplicativos. A secretária Alethéa Brito Dunder Tatajuba afirmou que os aplicativos têm se mostrado uma alternativa mais vantajosa para ela.
Subsídios e tarifa
zero entram no debate
Cidades vizinhas adotam alternativas para baratear a passagem. Em Varginha (MG), a tarifa custa R$ 6,60, mas a população paga R$ 5,00 devido ao subsídio municipal. Em Pouso Alegre, o valor é reduzido para R$ 3,00, e em Machado, o transporte público é gratuito, com 100% da tarifa cobrada pela prefeitura.
Poços de Caldas estuda a possibilidade de conceder subsídios para reduzir o impacto do aumento. O professor de Direito Econômico Bruno Fraga defende que medidas como essas precisam ser acompanhadas de planejamento.
“É fundamental realizar estudos detalhados para que o subsídio não afete outros serviços essenciais. Além disso, é necessário garantir que o sistema atenda a população com mais linhas, veículos sustentáveis e acessibilidade”, afirmou.
A secretária Alethéa Brito acredita que a tarifa zero seria a melhor solução. “Se em Machado, que é uma cidade menor, já funciona, acredito que Poços de Caldas poderia adotar o mesmo modelo”, opinou.
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