Na última semana de junho, desta vez com um grupo formado por doze curiosos viajantes de diferentes estados brasileiros embarcamos em iate particular rumo ao núcleo da economia criativa da Floresta Amazônica brasileira.
Anualmente, desde 2006, viajo à Parintins para cobrir o Festival Folclórico e também conduzir pessoas para essa experiência que, para mim, é o que de mais interessante o Brasil tem a oferecer.
A "Ilha da Magia", como é carinhosamente conhecida fica às margens do imponente rio Amazonas. Parintins é o segundo município mais populoso do Estado e ali acontece um espetáculo único. Uma celebração vibrante que encapsula a riqueza cultural e a paixão do povo amazônico na disputa entre os grupos Boi Garantido (vermelho) e Boi Caprichoso (azul).
A participação de Isabelle Nogueira, Cunhã Poranga de uma das agremiações no BBB24 potencializou a visibilidade do evento. Além de seu namorado Matteus Amaral, outros participantes do Reality marcaram presença, entre eles: Davi Brito, "Bea do Brás", Michel Nogueira, Raquele Cardozo e Marcus Vinicius. Era visível a expressão de deslumbramento das celebridades diante da magnitude do festival, tão comentado pela cunhã.
O boi-bumbá Caprichoso se consagrou como o grande campeão do 57° Festival Folclórico de Parintins. O boi da estrela azul se consolidou tricampeão após quase 30 anos desde o seu primeiro tri.
O DIA A DIA DA NAVEGAÇÃO PARA PARINTINS
No dia 25 (terça) pela noite, os turistas iniciaram o embarque no iate alocado às margens da confluência entre os rios Tapajós e Amazonas, em Santarém, a segunda mais populosa cidade do Pará. O objetivo naquele momento era buscar reduzir a ansiedade, passar as informações básicas de segurança e estimular que buscassem se acomodar e dormir em suas cabines, uma vez que os deslumbramentos já começariam ao raiar do dia seguinte.
Ainda na madrugada do dia 26 (quarta), quando o Sol começava a dar sinais de aparecer, acionamos os motores e navegamos por cerca de duas horas até a famosa Ilha do Amor em Alter do Chão, uma vila que pertence a Santarém. O primeiro café da manhã dos viajantes foi literalmente com os pés na areia de uma das praias de rio mais bonita do planeta.
A pausa foi breve, pois o objetivo final era chegar a Parintins ainda na tarde de quinta e isto demandaria de muita disciplina da tripulação, formada pelo comandante Edson, o marinheiro Dorivan e as chefes-cozinheiras Neli e Laura.
A navegação seguiu ainda cedo, às 9 am pelo canal do Jari, um estreito furo que conecta o rio Tapajós ao rio Amazonas. No trajeto, cênicas casinhas de madeira e pescadores no labor de seu ofício encantavam os passantes. Difícil era encontrar algum momento menos bonito para fechar os olhos e "descansar".
Ao adentramos no maior rio do Planeta, foi oferecido a todos um recipiente para que fosse coletado uma amostra de água como lembrança e a viagem seguiu por mais cinco horas até o núcleo urbano de Óbidos/PA. Ali é um ponto extremamente curioso, pois é onde o rio apresenta a maior profundidade, cerca de até 150 metros e a sua largura não passa de 2,1 quilômetros. Pernoitamos atracados na cidade, mas antes disto, uma breve tour noturno pelas ladeiras históricas repletas de casarios portugueses que muitos remete a qualquer cidade do circuito do ouro de Minas Gerais.
Dia 27 (quinta) ao primeiro raiar do Sol retomamos a navegação, que seguia no fluxo contrário do rio Amazonas, desafiando os motores que fluíam a uma velocidade média e não superior a 20 quilômetros por hora. Após mais 10 horas de lindas paisagens, chegamos à Ilha da Magia. Aparentemente ninguém estava cansado e prontamente a atracar, a maior saiu para caminhar e realizar um primeiro reconhecimento do território.
Tradicionalmente na sexta (28), data da primeira Noite do Festival, empreendo um City Tour Caminhantes de cerca de 6 horas pelas movimentadas ruas da cidade. É uma oportunidade para aqueles que leram previamente o guia Parintins - Ecológico, Histórico e Cultural coproduzido por nós, tirem suas dúvidas e ainda planejem o que vão desejar aprofundar nos dias seguintes na Ilha Tupinambarana. Passamos por museus, mercados, centros de artesanato, mirantes, igrejas, murais artísticos, Turistódromo, Bumbódromo, entre outros recintos em um dia muito quente, como de costume em Parintins.
À noite, ao chegarem ao Bumbódromo, já devidamente vestidos nas cores do Boi que torceriam naquele dia (azul ou vermelho), certamente todos poderem aterrar o quanto valeu a pena tudo o que tinha passado de desafios até aquele momento. Na arena, os bois Caprichoso e Garantido duelaram por 2h30 cada um, em uma sempre surpreendente apresentação.
O sábado (29) é sempre um dia livre, tanto para aqueles que não querem fazer literalmente nada e apenas descansar para assimilar o que vivenciaram até aquele momento, quanto para os que preferiram curtir a cidade à sua forma e tempo. Sem nenhuma programação pré-organizada. À noite, a segunda noite de apresentações, com tudo novo de novo, nada se repete, o que faz deste o maior evento cultural a céu aberto do mundo.
No domingo (30), desatracamos o iate para o Boat Tour, uma oportunidade para darmos uma volta margeando toda a ilha e observar a movimentação em Parintins sob uma perspectiva inusitada. Claro que, incluiu também um banho de rio nas águas geladas da paradisíaca e isolada praia do Zé Açú.
Pela noite do mesmo dia, já em clima de despedida, o último ciclo de apresentações do Bumbás. Sempre diferente. Ao final, quando dezenas de milhares de pessoas rumam para as suas embarcações, um espetáculo de luzes cobre o rio Amazonas. No raiar do dia, os fluxos de navegação prioritariamente se direcionam para Manaus, a capital do Estado, e algumas embarcações como a nossa, rumo ao Pará.
No retorno, durante a tarde da segunda (01), paramos em uma comunidade ribeirinha aleatória para conhecermos o modo de vida de seus moradores. Escolhemos a da Ilha do Carmo, que pertence ao município de Óbidos. A parada foi breve, mas o suficiente para que os turistas oferecessem presentes que havia trazido e deixasse os moradores locais extremamente felizes pela visita e interesse daqueles viajantes em simplesmente conhecerem como eles viviam.
A navegação seguiu até o fim da tarde, depois de 15 horas de retorno, o grupo foi presenteado com um inesquecível pôr-do-Sol avermelhado em um céu todo azulado. Uma sutileza da natureza que apenas reforçou os dias intensos em meio a imponente Amazônia brasileira.
SORTEIO DE EXEMPLAR DO GUIA PARINTINS
Um exemplar do guia Parintins - Histórico, Ecológico e Cultural produzido por nós foi sorteado entre os leitores do jornal Gazeta de Varginha. Wellington Fernandes da Silva de Manaus/AM foi o ganhador e vai receber o livro pelos Correios.
Para concorrer, os interessados deveriam marcar três nomes na publicação em colab do Instagram entre a @vamosparaparintins e @gazetavga O resultado foi divulgado no dia 07 de junho.
Diego Gazola é colaborador da Gazeta de Varginha e realiza anualmente a cobertura do evento.
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