Congressistas Brasileiros Desembolsam R$ 600 Mil para Participar do 12° Fórum Jurídico de Lisboa promovido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes
Elisa Ribeiro
4 de jul de 2024
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Divulgação
A Câmara dos Deputados e o Senado Federal gastaram pelo menos R$ 600 mil para enviar 30 congressistas ao 12° Fórum Jurídico de Lisboa, em Portugal, promovido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. O evento ocorreu na capital portuguesa de 26 a 28 de junho.
O custo médio das passagens aéreas foi de R$ 14,7 mil, com variação significativa entre os parlamentares, que adquiriram bilhetes com preços entre R$ 4.314 e R$ 28,5 mil. A passagem mais cara foi comprada por Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). As diárias em hotéis oscilaram de 2,5 dias até sete dias, com um custo médio de R$ 2,5 mil por parlamentar, variando conforme o câmbio.
Dos 25 deputados federais e cinco senadores cujas despesas foram cobertas pelo Congresso, apenas oito estavam oficialmente programados como palestrantes ou debatedores. Entre as autoridades presentes, incluíram-se o governador de Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), e a primeira-dama Karynne Sotero.
Houve críticas à falta de transparência sobre os gastos, especialmente do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que não divulgou suas despesas, apesar de ter participado da abertura do evento.
Alguns parlamentares, como Eduardo da Fonte (PP-PE) e Lula da Fonte (PP-PE), não estavam listados em nenhuma mesa do evento. Dudu da Fonte não mencionou a viagem em suas redes sociais, enquanto seu filho postou fotos com o ex-presidente Michel Temer (MDB), expressando orgulho por representar Pernambuco.
O evento, conhecido informalmente como "Gilmarpalooza", também incluiu atividades paralelas financiadas por grupos empresariais, como uma recepção patrocinada por Flávio Rocha da Riachuelo e um jantar organizado por João Camargo do grupo Esfera em comemoração ao aniversário de Arthur Lira.
Os organizadores afirmam que o evento foi financiado sem outros patrocinadores, embora haja discrepâncias sobre quem cobriu as despesas dos convidados. O IDP negou financiamento direto, enquanto Luís Roberto Barroso do STF e Andrei Rodrigues da Polícia Federal indicaram que parte dos custos foi suportada pela FGV.
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