Convocados a depor na CPI das Pirâmides, representantes da Hurb e Binance faltam à sessão
14 de set. de 2023
Reprodução
O diretor da corretora de criptomoedas Binance no Brasil, Guilherme Haddad Nazar, e João Ricardo Rangel Mendes, presidente da empresa Hurb — Hotel Urbano, não compareceram à sessão da CPI das Pirâmides Financeiras que aconteceu na última terça-feira (12), na Câmara dos Deputados.
Ambos os convocados alegaram impossibilidade de comparecimento no dia e se comprometeram a participar da CPI na próxima quinta-feira (14), às 10h.
O deputado Alfredo Gaspar (União-AL) solicitou a convocação de Nazar como testemunha, para prestar esclarecimentos sobre a atuação da empresa na gestão de criptomoedas e sobre possíveis parcerias com empresas nacionais envolvidas em serviços financeiros associados às criptomoedas.
O representante do Hurb foi convocado a pedido do deputado Duarte Júnior (PSB-MA). A empresa, que vendia pacotes de viagens, é acusada de fazer capital de giro com o dinheiro dos clientes e o não cumprimento de contratos.
A única testemunha convocada que compareceu foi Matheus Muller Ferreira de Abreu, um dos líderes da Valquíria — grupo de investigação que visa recuperar valores perdidos pela Atlas Quantum.
A empresa é acusada de aplicar um golpe de R$ 7 bilhões em cerca de 200 mil investidores. O fundador da Atlas, Rodrigo Marques dos Santos, já teve seu sigilo bancário quebrado pela CPI.
Em suas considerações iniciais, Abreu afirmou ser vítima da Atlas Quantum e disse que compareceu para colaborar com as investigações e entregar documentos que conseguiu obter através de ex-diretores da empresa, ex-advogados, ex-funcionários.
Em seu depoimento, Abreu revelou que teve acesso a uma planilha de gastos da Atlas, dentre eles, doações a deputados e candidatos a cargos públicos em período eleitoral.
Os envolvidos nos golpes da Atlas fizerem doações milionárias para campanhas eleitorais, incluindo para campanhas de eleições presidenciais.
“O que me chamou muito a atenção foi a doação de R$ 600 mil para Jair Messias Bolsonado, através de advogados e pessoas ligadas à diretoria da Atlas Quantum. Todo esses documentos serão entregues para que todos possam analisar”, destacou a testemunha.
“Fui pastor de igreja evangélica e atuei em mercado financeiro. No momento do golpe atuava como representante bancário. Fui atraído pela propaganda e pelas informações de mercado, investi recursos próprios no grupo Atlas Quantum destinado à aplicação no mercado de criptoativos.”
Abreu contou que quando começaram as notícias sobre os riscos da quebra Atlas, após o stop order da Comissão de Valores Monetários (CVM), começou a mandar mensagens a Santos, fundador da empresa.
“Tinha acesso aos sistemas bancários, aos telefones, e-mails utilizados pelos diretores e CEOs da Atlas, pedindo que fizessem a devolução dos meus valores, mas nunca obtive resposta dos responsáveis.”
O depoente contou que criou o grupo Valquíria com o intuito de encontrar mais vítimas da empresa de investimentos e ter mais força para investigar o golpe.
A CNN entrou em contato com a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas até o momento não teve retorno.
Comments