Crise econômica na China: bilionário acusa governo e e-commerce de destruição do mercado
Zhong Shanshan, fundador da empresa de bebidas Nongfu Springs e atualmente o homem mais rico da China, fez duras críticas às plataformas de e-commerce e ao governo chinês. Segundo Zhong, as práticas de preços abusivos estão prejudicando uma ampla gama de empresas e indústrias em meio à crise econômica que afeta o país.
Os comentários foram feitos durante uma visita ao leste da China e ganharam destaque na mídia local antes de serem amplamente censurados. Zhong apontou diretamente para a plataforma Pinduoduo, acusando-a de distorcer o sistema de preços e causar danos significativos a marcas e setores industriais.
Críticas ao governo chinêsEm declarações incomuns para o meio empresarial chinês, Zhong também criticou o governo por sua inação diante da situação. “O governo não interveio nessa orientação da indústria. Acho que foi negligente em seu dever”, afirmou o bilionário.
As críticas são especialmente notáveis em um ambiente onde empresários raramente se manifestam contra o governo, devido ao risco de represálias, como ocorreu com Jack Ma, fundador do Alibaba, em 2020.
Impactos do e-commerce e a crise econômicaA Pinduoduo, conhecida por seus preços altamente competitivos, tem se destacado nos últimos anos, especialmente em um contexto de desaceleração econômica e queda no poder de compra da população chinesa. No entanto, Zhong argumenta que essa dinâmica está prejudicando marcas e empresas ao desvalorizar produtos e serviços.
A desaceleração econômica também está levando consumidores a buscar descontos agressivos, intensificando a pressão sobre as empresas. Zhong, que enfrentou ataques de nacionalistas e queda no valor de mercado de sua empresa neste ano, retomou a posição de homem mais rico da China com um patrimônio líquido de US$ 52,2 bilhões, segundo o Bloomberg Billionaires Index.
Contexto e repercussõesAs declarações de Zhong ocorreram em um momento crítico para a economia chinesa, com sinais de desaceleração em diversos setores. Embora suas críticas à Pinduoduo e ao governo tenham gerado repercussão, é improvável que levem a mudanças imediatas, dado o histórico de censura e controle rígido na China.
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