Crise em Moçambique: protestos deixam mortos e tensões políticas se intensificam
19 de nov. de 2024
Foto: Reprodução
Desde outubro, Moçambique enfrenta uma onda de protestos em reação aos resultados provisórios das eleições gerais, que apontaram vitória do candidato Daniel Chapo, do partido Frelimo, com 70% dos votos. O Frelimo governa o país desde 1975. O Conselho Constitucional de Moçambique ainda precisa oficializar os resultados, mas não há prazo definido para isso, gerando tensões.
Ademar Seabra, embaixador do Brasil em Moçambique, descreve a situação como “tensa e imprevisível.” Segundo ele, os protestos são inéditos na história do país, com mais de 40 mortos registrados, incluindo civis e policiais, desde que começaram, em 18 de outubro.
A oposição, liderada por Venâncio Mondlane, do recém-formado Partido Podemos, contesta os resultados e convoca manifestações em massa. Mondlane ficou em segundo lugar na apuração, com 20% dos votos, e denuncia irregularidades no processo eleitoral.
Observadores internacionais, como a CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) e a União Europeia, acompanharam as eleições e destacaram pontos positivos e negativos no processo. No entanto, a lentidão na contagem manual dos votos e a falta de um desfecho definitivo alimentam a desconfiança e os conflitos.
O embaixador Seabra destacou que o Brasil, tradicionalmente, não reconhece formalmente resultados eleitorais de outros países, mas acompanha a crise com interesse. Ele enfatizou que o momento é de cautela, pedindo moderação tanto dos manifestantes quanto do governo.
Moçambique atravessa um momento inédito em sua democracia. Apesar das tensões, líderes governamentais e oposicionistas defendem o diálogo para evitar que os conflitos escalem para uma guerra civil.
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