Dólar encerra o dia a R$ 5,91 com tarifas de Trump e juros no foco.
28 de jan.
Reprodução
O dólar fechou a segunda-feira (27) em queda de 0,08%, cotado a R$ 5,912, após os investidores reagirem à postura do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação às tarifas de importação. Além disso, notícias sobre os avanços da inteligência artificial na China também movimentaram os mercados globais.
A Bolsa de Valores brasileira registrou alta de 1,97%, fechando aos 124.861 pontos, superando a marca dos 124 mil pontos pela primeira vez em 2023. O índice saiu de uma abertura fraca, quando chegou a 122.206 pontos, e atingiu o maior nível desde 17 de dezembro, quando o índice fechou aos 124.698 pontos.
O mercado também aguarda a "superquarta", que ocorrerá nos próximos dias, com as decisões sobre as taxas de juros dos bancos centrais do Brasil e dos EUA. O Banco Central Europeu (BCE) divulgará sua decisão na quinta-feira (30).
No Brasil, o Banco Central já indicou que a Selic será elevada em 1 ponto percentual, passando de 12,25% para 13,25% ao ano. Nos Estados Unidos, espera-se que o Fed mantenha sua taxa de juros entre 4,25% e 4,5%. Já na Europa, os analistas preveem uma redução de 0,25 ponto percentual.
O Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira, também apontou uma piora nas expectativas para a inflação no Brasil neste e no próximo ano, com os economistas ajustando suas previsões para a Selic em 2026.
Enquanto o cenário doméstico permanece mais calmo devido ao recesso parlamentar, os mercados têm sido impactados por fatores externos, como as políticas comerciais de Trump. Na manhã de segunda-feira, o impasse entre os EUA e a Colômbia, que quase resultou em uma guerra comercial, movimentou os mercados. Embora um acordo tenha sido alcançado, a ameaça de tarifas de 25% sobre produtos colombianos ainda gerou incertezas, sinalizando uma postura mais rígida de Trump na política comercial.
Além disso, as ações do setor de tecnologia sofreram grandes perdas após a notícia de que o aplicativo de inteligência artificial da chinesa DeepSeek havia alcançado o primeiro lugar nas lojas de aplicativos dos EUA e da China, colocando em xeque a liderança americana no setor. A notícia afetou significativamente o valor de mercado das gigantes tecnológicas americanas, que perderam cerca de US$ 1 trilhão em valor, apenas nesta segunda-feira.
Por outro lado, as ações da Bolsa brasileira se mantiveram acima da tendência de queda observada nas bolsas americanas, já que o Ibovespa tem uma menor exposição a empresas de tecnologia. Contudo, as ações da WEG despencaram mais de 8%, seu pior desempenho desde o início do ano, devido ao impacto da IA chinesa, que demanda menos equipamentos e data centers potentes.
Na cena doméstica, os analistas consultados pelo Banco Central revisaram suas expectativas para a Selic, elevando-a para 12,50% ao final de 2024, contra 12,25% na semana anterior. Para 2025, a projeção se manteve em 15%. A Selic atual é de 12,25%, após um aumento de 1 ponto percentual no mês passado. O BC sinalizou mais dois aumentos semelhantes nas primeiras reuniões deste ano, com a próxima decisão marcada para quarta-feira (29).
O boletim Focus também ajustou suas projeções para a inflação, que subiram para 5,50% para 2025, contra 5,08% na semana anterior. Para 2026, a expectativa é de 4,22%, ligeiramente acima dos 4,10% da semana anterior. A meta de inflação do BC é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
As projeções para o câmbio e o PIB permaneceram estáveis. Espera-se que o dólar termine 2023 e 2024 a R$ 6, enquanto a economia brasileira deve crescer 2,06% neste ano, ligeiramente acima da previsão anterior de 2,04%. Para 2026, a projeção de crescimento do PIB caiu para 1,72%, contra 1,77% anteriormente.
Comments