Dólar sobe e mercado aguarda definição sobre tarifas de Trump
gazetadevarginhasi
há 2 dias
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O dólar à vista operava em alta nesta terça-feira (15), em um dia de relativa calma nos mercados globais, com investidores atentos às sinalizações sobre a política tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Por volta das 12h17, o dólar subia 0,65%, cotado a R$ 5,8934 para venda. No mesmo horário, o Ibovespa apresentava leve queda de 0,12%, aos 129.297,60 pontos. Na segunda-feira (14), o dólar havia fechado em baixa de 0,30%, a R$ 5,8520.
Bolsas asiáticas sobem com expectativa de alívio tarifário
As bolsas asiáticas encerraram o pregão majoritariamente em alta nesta terça-feira, impulsionadas pela expectativa de um possível alívio nas tarifas impostas pelos EUA. O índice Nikkei, de Tóquio, subiu 0,84%, aos 34.267,54 pontos, e o Kospi, de Seul, avançou 0,88%, a 2.477,41 pontos, com destaque para ações do setor automotivo.
Em Hong Kong, o Hang Seng teve alta de 0,23%, aos 21.466,27 pontos, enquanto o Taiex, de Taiwan, subiu 1,77%, alcançando 19.857,67 pontos. Na China continental, os resultados foram mistos: o Xangai Composto avançou 0,15%, mas o Shenzhen Composite recuou 0,19%.
Na Oceania, o índice S&P/ASX 200, da Austrália, teve sua segunda alta consecutiva, subindo 0,17%, aos 7.761,70 pontos.
Europa também reage positivamente
Na Europa, os mercados operavam em alta na manhã desta terça, impulsionados por ações de montadoras, diante das esperanças de redução nas tarifas dos EUA. Às 6h45 (horário de Brasília), o índice pan-europeu Stoxx 600 avançava 1,09%, a 505,34 pontos. O setor automotivo liderava os ganhos, com alta de 2%.
A Bolsa de Frankfurt subia 1,21%, a de Londres ganhava 0,92%, e a de Paris avançava 0,31%. Já Milão, Madri e Lisboa registravam altas de 1,53%, 1,45% e 0,88%, respectivamente.
Apesar do otimismo, o índice ZEW de expectativas econômicas da Alemanha caiu para -14 em abril, bem abaixo das previsões, refletindo a apreensão com as incertezas comerciais.
Contexto internacional e tensões comerciais
A baixa volatilidade do mercado de câmbio no Brasil nesta terça reflete certa estabilidade entre moedas emergentes, com o dólar registrando leve baixa frente ao peso mexicano e ao rand sul-africano.
Investidores seguem monitorando atentamente os desdobramentos da política tarifária dos EUA. Apesar das ameaças e recuos frequentes, Donald Trump continua sinalizando intenção de impor tarifas adicionais, agora sobre medicamentos e semicondutores. Na segunda-feira, o presidente norte-americano afirmou que pretende sobretaxar produtos farmacêuticos importados "em um futuro próximo".
No entanto, o impacto dessas falas sobre o mercado tem sido moderado. Recentemente, a Casa Branca anunciou isenção tarifária para diversos produtos eletrônicos, inclusive da China, e autorizou uma pausa de 90 dias nas tarifas recíprocas com alguns países, em uma tentativa de abrir espaço para negociações.
“O ambiente internacional mostra certo otimismo com as isenções anunciadas, mas ainda há muita insegurança devido à postura inconsistente dos EUA em relação às tarifas”, comentou Leonel Oliveira Mattos, analista da StoneX.
Brasil observa cenário externo com cautela
No cenário interno, as preocupações fiscais continuam, mas o foco dos investidores permanece nas incertezas globais. “O cenário doméstico tem influenciado menos nos preços recentemente. O mercado está mais atento aos desdobramentos da guerra comercial entre EUA e China”, explicou Matheus Massote, especialista em câmbio da One Investimentos.
Na última sexta-feira (12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei que autoriza o governo brasileiro a aplicar retaliações comerciais contra países que adotem medidas unilaterais prejudiciais ao Brasil.
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