Dólar tem leve alta com tarifas de Trump e falas de Haddad; bolsa cai
gazetadevarginhasi
24 de mar.
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O dólar operava em leve alta ante o real nesta segunda-feira (24), refletindo a cautela dos investidores diante das expectativas sobre os planos tarifários do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. No mercado acionário, o Ibovespa registrava queda.
Às 14h18, o dólar à vista subia 0,04%, cotado a R$ 5,730. Mais cedo, a moeda norte-americana chegou à máxima do dia, atingindo R$ 5,7717, com valorização de 1%. No mesmo horário, o Ibovespa recuava 0,62%, a 131.458,95 pontos.
Cenário internacional
Após uma semana marcada por decisões de bancos centrais, os investidores voltam a focar nas políticas comerciais dos EUA. Trump deve anunciar novas tarifas recíprocas em 2 de abril, visando contrabalançar barreiras comerciais impostas por outros países às exportações norte-americanas.
De acordo com reportagens da Bloomberg News e do The Wall Street Journal, Trump pode excluir setores específicos das novas tarifas, reduzindo parte da incerteza que tem impactado os mercados.
Desde o seu retorno à Casa Branca, as ações tarifárias de Trump têm oscilado entre ameaças e recuos, aumentando a volatilidade global. Até agora, foram implementadas sobretaxas de 20% sobre importações chinesas, 25% sobre aço e alumínio e tarifas similares para produtos de Canadá e México que descumpram acordos comerciais.
Analistas alertam que essas medidas podem desencadear uma guerra comercial global, elevando os preços de mercadorias e aprofundando sinais de desaceleração na economia dos EUA.
“A possibilidade de tarifas mais direcionadas mantém o real fora do otimismo visto no mercado global, já que o Brasil é um dos países com maior regime tarifário”, explicou Eduardo Moutinho, analista do Ebury Bank.
O índice do dólar, que mede a força da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas globais, subia 0,06%, a 104,090 pontos.
Cenário doméstico
No Brasil, o mercado monitora a trajetória das contas públicas em meio às discussões sobre medidas para conter os preços dos alimentos e à queda na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Investidores também repercutiam declarações de Haddad, que afirmou estar confortável com o funcionamento do arcabouço fiscal, mas destacou a necessidade de ajustes para manter a eficácia do sistema.
Além disso, o mercado aguarda a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), prevista para terça-feira (25). Na última decisão, o Banco Central elevou a Selic em 1 ponto percentual, para 14,25% ao ano, marcando a terceira alta consecutiva.
Mais cedo, o Boletim Focus revelou um leve ajuste nas projeções econômicas. A expectativa para a inflação medida pelo IPCA foi reduzida de 5,66% para 5,65% em 2025, enquanto a previsão de crescimento do PIB caiu de 1,99% para 1,98%.
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