O ex-procurador e ex-coordenador da força-tarefa da Operação Lava-Jato, Deltan Dallagnol, se defendeu das denúncias reveladas por reportagem do UOL, em parceria com a newsletter "A Grande Guerra", de que ele teria negociado com autoridades dos Estados Unidos um acordo para dividir o dinheiro que seria cobrado da Petrobras em multas e penalidades em razão de corrupção.
A denúncia revela que as conversas ocorreram por mais de três anos pelo Telegram e não eram registradas oficialmente. Segundo Dallagnol, os acordos foram tratados de forma confidencial por várias razões de interesse público. “Que incluíam preservar os interesses da investigação e da recuperação de ativos, assim como promover, na forma e tempo apropriado de acordo com a lei das sociedades anônimas, a divulgação de informações ao mercado”, disse.
As conversas fazem parte dos arquivos da Polícia Federal (PF), na Operação Spoofing, que investiga o vazamento de mensagens trocadas pelos membros da Lava-Jato, em um caso que ficou conhecido como Vaza-Jato.
A reportagem também destaca que a negociação não envolveu a Controladoria-Geral da União (CGU), o que Dallagnol argumenta que seria de atribuição do Ministério Público Federal (MPF).
O ex-procurador e ex-deputado federal também compartilhou nota dizendo que não reconhece as mensagens vazadas por hackers.
“Os procuradores da Lava-Jato não reconhecem as supostas mensagens obtidas mediante crimes, sem autenticidade atestada e usadas sem critérios éticos por diversos jornalistas, que têm divulgado atividades legítimas de funcionários públicos de modo deturpado, sem apuração adequada do contexto e fechando os olhos para a gravidade dos crimes contra direitos fundamentais praticados por hackers”, completou.
Estado de Minas
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