Debate Sobre Impacto do Aumento do Bolsa Família na Procura por Emprego Ganha Força entre Economistas
O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, trouxe à tona um debate que vem crescendo entre economistas e empresários: o impacto da expansão do Bolsa Família na procura por emprego. Durante o evento anual em Jackson Hole, nos Estados Unidos, Campos Neto destacou que o aumento significativo no número de beneficiários do Bolsa Família, que agora abrange 56 milhões de pessoas, pode estar contribuindo para uma redução no interesse por empregos formais.
Com o aumento expressivo do valor do benefício desde a pandemia, atualmente em R$ 600 mensais, há uma preocupação de que o programa social esteja desincentivando a busca por trabalho, especialmente entre aqueles que recebem valores próximos ao salário mínimo. A Secretaria de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social confirmou o crescimento de 36% no número de beneficiários desde 2020, passando de 40 milhões para 54,5 milhões de pessoas.
Economistas argumentam que, embora o programa seja fundamental para garantir dignidade econômica e social, sua expansão pode estar contribuindo para uma diminuição da força de trabalho disponível. Dados do IBGE mostram que o número de pessoas fora da força de trabalho permanece acima do nível pré-pandemia, sugerindo que parte da população pode estar optando por não procurar emprego devido ao auxílio recebido.
Curiosamente, sob o atual governo Lula, o número de beneficiários do Bolsa Família diminuiu em 1,26 milhão de pessoas, uma possível indicação do início de um pente-fino prometido pela equipe econômica para garantir que os recursos do programa sejam destinados a quem realmente precisa.
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