Defesa de Braga Netto solicita mais prazo para responder à denúncia da PGR a um dia do fim do prazo
gazetadevarginhasi
6 de mar.
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O general da reserva Walter Braga Netto voltou a solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) mais tempo para apresentar sua defesa prévia à denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a suposta tentativa de golpe de Estado. O pedido foi protocolado na quarta-feira (5), dois dias antes do fim do prazo, que se encerra nesta sexta-feira (7).
Os advogados do ex-ministro querem que o prazo usual de 15 dias seja dobrado e que a contagem só comece após a apresentação da defesa do tenente-coronel Mauro Cid. Ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Cid firmou um acordo de delação premiada, cujo sigilo foi derrubado pelo ministro Alexandre de Moraes em 19 de fevereiro, data em que os denunciados começaram a ser intimados.
Braga Netto, preso desde 14 de fevereiro por suspeita de obstrução de Justiça no caso, alega que ainda não teve acesso completo ao conteúdo da delação de Cid. Seus advogados sustentam que a negativa de ampliação do prazo, já recusada por Moraes em 25 de fevereiro, é incompatível com a realidade dos fatos e com a jurisprudência do STF.
“A defesa não teve acesso a diversos elementos das investigações, que estão espalhados por vários procedimentos. Além disso, não recebeu o espelhamento dos dispositivos apreendidos nos endereços do general, documentos essenciais para o pleno exercício do direito de defesa”, argumentaram os advogados.
Moraes, no entanto, tem reafirmado que os denunciados tiveram tempo suficiente para preparar suas defesas e tiveram amplo acesso às provas reunidas pela Polícia Federal e utilizadas pela PGR na denúncia.
A acusação da PGR soma mais de 3 mil páginas, divididas em 18 volumes de documentos, e inclui os anexos da delação premiada de Cid, que foram tornados públicos pelo STF. Além disso, Moraes compartilhou com os 34 denunciados provas de investigações sigilosas relacionadas ao caso, como a suposta instrumentalização da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o uso da Polícia Rodoviária Federal para interferir nas eleições de 2022 e os atos de 8 de janeiro.
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