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Dengue: entenda por que a forma grave da doença não deve ser chamada de hemorrágica

  • Foto do escritor: Elisa Ribeiro
    Elisa Ribeiro
  • 21 de fev. de 2024
  • 2 min de leitura

Hemorragia não é o principal sintoma da dengue grave. OMS substituiu o termo "dengue hemorrágica" para "dengue grave" em 2009.


Dengue Grave: Evolução na Terminologia Médica e Alerta aos Sintomas. Foto: Lucas Garriga/INaturalist
Durante muitos anos, a forma mais severa da dengue era rotulada como "dengue hemorrágica", porém, a comunidade médica abandonou esse termo. Em 2009, a Organização Mundial da Saúde (OMS) substituiu-o por "dengue grave", movimento que o Ministério da Saúde brasileiro adotou em 2014.

Especialistas consultados pelo G1 explicam que essa mudança se deve ao fato de que a hemorragia não é o principal sintoma da forma mais crítica da doença. Em muitos casos, ela nem se manifesta.

André Ribas Freitas, epidemiologista e professor da Faculdade São Leopoldo Mandic, destaca que o termo "dengue hemorrágica" pode causar equívocos, já que a desidratação, não a hemorragia, é a principal causa de morte associada à dengue. Ele menciona relatos em que pacientes não identificam seus sintomas de agravamento devido ao nome inadequado.

O infectologista Alexandre Naime, coordenador científico da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e professor da Unesp, reforça que o termo "hemorrágica" gerava confusões até mesmo no atendimento médico. Naime explica que a hemorragia é apenas um dos sintomas de gravidade, e quando os pacientes não apresentavam sangramentos, a infecção era erroneamente interpretada como leve.

"Quando a dengue agrava, você tem um consumo maior de plaquetas e isso tende ao sangramento, mas nem sempre isso acontece", adiciona Renato Kfouri, infectologista e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

A classificação clínica da dengue compreende quatro tipos:

- Tipo A (dengue clássica): sem sinais de alarme, monitorado com hidratação oral.
- Tipo B (dengue clássica): sem sinais de alarme, mas com condições especiais, requerendo acompanhamento diferenciado.
- Tipo C (sinais de alarme): indica potencial gravidade, necessitando de hidratação venosa.
- Tipo D (dengue grave): caracterizado por extravasamento grave de plasma, choque, sangramento e comprometimento de órgãos.

Naime salienta que pacientes no passado, mesmo em estado de choque e sem hemorragia, não eram diagnosticados com dengue grave devido à ausência de sangramento.

Sintomas da dengue


Nem sempre a infecção apresenta sintomas. O indivíduo pode ter uma dengue assintomática ou ter um quadro leve.

Mas é preciso ficar atento se a pessoa tiver febre alta (39ºC a 40ºC), de início repentino, acompanhada por pelo menos outros dois sintomas:

  • Dor de cabeça intensa

  • Dor atrás dos olhos

  • Dores musculares e articulares

  • Náusea e vômito

  • Manchas vermelhas no corpo


A forma grave é a que preocupa. Após o período febril, o indivíduo deve ficar atento aos sinais de alarme:

  • Dor abdominal intensa e contínua

  • Vômitos persistentes

  • Acúmulo de líquidos em cavidades corporais

  • Sangramento de mucosa

  • Hemorragias


É crucial procurar atendimento médico logo nos primeiros sintomas da dengue, pois a doença é tratável e tem baixa taxa de mortalidade se diagnosticada precocemente. Sintomas como febre alta, dores de cabeça intensas, vômitos persistentes e hemorragias devem ser prontamente reportados a um profissional de saúde. O Ministério da Saúde enfatiza a importância de buscar assistência médica adequada ao suspeitar de dengue.

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Gazeta de Varginha

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