Dependendo do EUA instituições de acolhimento de refugiados no Brasil enfrentam dificuldades
gazetadevarginhasi
3 de fev.
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A suspensão dos repasses de fundos humanitários dos Estados Unidos já impacta diretamente instituições que acolhem refugiados no Brasil, especialmente imigrantes venezuelanos e afegãos. A medida, determinada pelo presidente Donald Trump, levou a organizações como a Cáritas Brasileira a interromper serviços essenciais de água, saneamento e higiene por 90 dias, afetando principalmente as cidades de Boa Vista e Pacaraima, em Roraima.
A decisão faz parte da nova política migratória dos EUA, que reforça o controle de fronteiras e restringe o financiamento a programas que incentivem a imigração irregular. Trump, que retomou uma postura rígida contra a entrada descontrolada de estrangeiros, também bloqueou novas admissões de refugiados em solo americano.
A Cáritas, que desde 2019 tem sido um ponto de acolhimento para refugiados no Brasil, lamentou a suspensão dos recursos. “O número de imigrantes aumenta a cada dia. Essa era uma porta de entrada para essas pessoas, que não têm onde ficar”, afirmou Anadete Gonçalves, representante da organização.
Além dos venezuelanos, a decisão impacta a ONG Panahgah, que recebe e integra refugiados afegãos. A entidade, que sobrevive com parcerias privadas, muitas delas de origem americana, teme que a falta de financiamento comprometa suas operações.
A suspensão ocorre em meio a um aumento expressivo da imigração para o Brasil. Dados da Polícia Federal mostram que, entre janeiro e dezembro de 2024, foram registrados 7.610 pedidos de refúgio, um crescimento de 80% em relação a 2023. Os três países que mais enviaram solicitantes foram Índia, Vietnã e Nepal.
Com o aumento do fluxo migratório e a redução do apoio internacional, as organizações humanitárias buscam novas estratégias para manter suas atividades. “Buscamos diálogo com o governo para tentar retomar as atividades. Essas pessoas não vinham tomar banho aqui por escolha, mas porque não tinham alternativa”, reforçou a Cáritas.
A suspensão de verbas dos EUA reforça a mensagem de Trump: os Estados Unidos não serão mais um destino fácil para imigração descontrolada. Agora, o impacto se estende ao Brasil, que vê crescer a chegada de refugiados enquanto enfrenta desafios para manter a estrutura de acolhimento.
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