Desconfiança em alta: maior parte dos brasileiros rejeita compras na Black Friday 2024
Apesar do otimismo no comércio, uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) revelou que 59,4% dos brasileiros não têm intenção de realizar compras na Black Friday deste ano. Entre as razões, destaca-se a desconfiança em relação aos preços praticados pelos lojistas.
O levantamento, que entrevistou dois mil consumidores de diferentes regiões do país, mostrou que mesmo com a baixa intenção de compra, houve um aumento no percentual de pessoas interessadas em aproveitar a data. Em 2023, 15,5% planejaram compras na Black Friday, número que subiu para 23,4% este ano, dependendo dos preços oferecidos.
Anna Carolina Gouveia, economista da FGV, destacou que os consumidores estão mais atentos a fraudes. "As pessoas sabem que algumas promoções podem ser enganosas. Apesar disso, há uma participação crescente de quem busca presentes ou itens pessoais. Contudo, a desconfiança permanece alta."
A pesquisa também apontou que a internet será o principal canal para compras, com metade dos entrevistados declarando que pretendem adquirir produtos online. Contudo, práticas de manipulação de preços continuam frequentes, reforçando a cautela do consumidor. Exemplo disso foi observado em casos de eletrodomésticos e eletrônicos: uma geladeira anunciada por R$ 4.900 semanas antes da data subiu para R$ 5.600. O mesmo aconteceu com celulares, cujos preços aumentaram significativamente, mascarando descontos aparentes.
Enquanto isso, especialistas alertam para o risco de golpes online durante a Black Friday. Falsos anúncios, descontos manipulados e práticas enganosas exigem que os consumidores redobrem a atenção ao realizar transações digitais.
Mesmo com a projeção de faturamento de R$ 5,2 bilhões apontada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), a falta de confiança é um desafio que o varejo precisa superar para manter o crescimento dessa importante data do calendário comercial brasileiro.
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