Dezenas de incêndios na floresta amazônica sufocam Manaus em meio à seca histórica
A cidade de Manaus registrou uma espessa fumaça sobre o céu nesta última quinta-feira (12) após a ocorrência de dezenas de incêndios florestais.
Os incêndios –muitos deles iniciados ilegalmente– dificultaram a respiração dos moradores da região. Entre as queixas dos manauaras estava ardência no nariz e na garganta.
“Meu nariz arde o tempo todo e meus olhos também, mesmo quando estão fechados. Não conseguimos respirar direito”, disse o estudante universitário Ronny Gonçalves. “Não consigo ver o horizonte [por conta da densa fumaça].” As condições de seca severa que o estado enfrenta, somadas às altas temperaturas, ajudaram a inflamar e espalhar os incêndios, de acordo com Carlos Durigan, diretor nacional da Wildlife Conservation Society no Brasil.
“Nunca esteve tão ruim assim em décadas”, disse o geógrafo que viveu por 30 anos na Amazônia.
A região está sob pressão do fenômeno climático El Niño e as chuvas no norte da Amazônia estão bem abaixo da média histórica. Os córregos e afluentes que correm para a Amazônia caíram a níveis quase recordes.
O governo brasileiro enviou equipes de bombeiros para conter os incêndios florestais. Mas os moradores temem que o ar cheio de fumaça persista até que chova, o que não é esperado até o fim de novembro.
Incêndios florestais na floresta amazônica têm sido mais comuns nos últimos anos a sudoeste de Manaus e também nos estados de Rondônia e Acre.
Durigan disse que muitas estradas construídas ao redor de Manaus levaram a um desmatamento mais rápido dentro e fora da área metropolitana. Os grileiros costumam atear fogo para desmatar ilegalmente, disse ele.
“Hoje foi o pior dia. Não podemos mais ver o rio do meu apartamento”, disse Maria Lucia de Freitas, ao apontar que a poluição atmosférica no horizonte apareceu pela primeira vez em Manaus há um mês.
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