Doença misteriosa mata mais de 50 pessoas no Congo; especialistas investigam surto
26 de fev.
Uma doença misteriosa, inicialmente identificada em três crianças que comeram um morcego, já matou mais de 50 pessoas no noroeste do Congo, na África Central, nas últimas cinco semanas, segundo especialistas em saúde do país.
Os sintomas incluem febre alta, vômito e sangramento interno, e na maioria dos casos, a morte ocorre em menos de 48 horas após os primeiros sinais da infecção. A gravidade do surto preocupa as autoridades sanitárias locais e a Organização Mundial da Saúde (OMS).
“É realmente preocupante”, afirmou Serge Ngalebato, diretor médico do Hospital de Bikoro, um dos centros que monitoram o avanço da doença.
VÍRUS DESCONHECIDO? TESTES DESCARTAM EBOLA E DENGUE
A doença apresenta características de febres hemorrágicas, comuns em vírus como ebola, dengue, marburg e febre amarela. No entanto, testes realizados em mais de 13 amostras já descartaram essas doenças conhecidas.
O surto começou em 21 de janeiro na vila de Boloko, onde três crianças morreram após consumir um morcego. Desde então, foram registrados 419 casos e 53 mortes.
Em 9 de fevereiro, um segundo foco da doença foi identificado na vila de Bomate, aumentando a preocupação das autoridades de saúde.
A OMS informou que todas as amostras testadas deram negativo para vírus hemorrágicos conhecidos, mas algumas apresentaram resultado positivo para malária. Apesar disso, o rápido avanço da doença e o curto período entre os primeiros sintomas e a morte aumentam a urgência das investigações.
CONSUMO DE ANIMAIS SELVAGENS PODE SER A CAUSA
Especialistas alertam que o consumo de animais selvagens, como morcegos e roedores, pode facilitar a transmissão de vírus desconhecidos entre espécies, provocando surtos inéditos e perigosos.
Segundo a OMS, o número de surtos relacionados a doenças desconhecidas aumentou em 60% na última década, com vários casos na África e na Ásia.
No ano passado, um outro surto misterioso no Congo gerou preocupação global, mas foi posteriormente identificado como uma forma grave de malária.
As investigações continuam, e especialistas temem que a doença possa se espalhar para outras regiões do Congo e países vizinhos, caso não seja contida rapidamente.
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